“Não importa se é carro elétrico ou a carvão: A gente vende o que tem”

AutoIndústria

 

O presidente da Fenabrave, José Maurício Andreta Jr, disse que a entidade não tem posição sobre o debate relativo ao Imposto de Importação dos carros eletrificados, em especial os vindos da China, que tem movimentado o setor nos últimos dias.

 

“Essa pergunta deve ser feita amanhã para o presidente da Anfavea”, contrapôs Andreta Jr. ao ser questionado sobre o tema. “Para nós, não importa se é carro elétrico ou a carvão. A gente vende o que tem”. Ou seja, o importante na sua análise é ter volume de venda, movimentar as lojas, independentemente da tecnologia oferecida aos consumidores.

 

O comentário de Andreta Jr. sobre o Imposto de Importação dos eletrificados foi feito nesta quarta-feira, 3, durante coletiva da Fenabrave para divulgação dos números de junho e do semestre, quando a entidade revisou para cima a projeção de vendas de veículos leves este ano.

 

Enquanto a Fenabrave não tem posição, a Anfavea deixou claro o posicionamento das montadoras brasileiras ao enviar carta ao presidente Luis Inácio Lula da Silva no último dia 21 reivindicando a retomada imediata da alíquota de 35% para os modelos híbridos e elétricos, índice que pelo cronograma atual só entraria em vigência em 2026.

 

A Abeifa, que tem importadores entre os seus associados, questionou a posição da Anfavea, defendendo a manutenção das regras vigentes em nome da tão necessária previsibilidade propalada em todo o setor automotivo. Também a ABVE, Associação Brasileira do Veículos Elétrico, se manifestou contra a Anfavea.

 

Enfim, o debate realmente está acirrado. O presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, chegou a reunir-se com o vice-presidente e ministro do MDIC, Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, para mostrar números de importação este ano e os riscos para os investimentos na produção local.

 

Nesta última quinta-feira, 4, a Anfavea divulga os números de vendas, produção, exportação e também importações no acumulado do ano, quando deve reforçar sua posição sobre a retomada imediata da alíquota de importação de 35% para os eletrificados. (AutoIndústria/Alzira Rodrigues)