Instalação em condomínios causa polêmica

O Estado de S. Paulo/Mobilidade

 

Colocar infraestrutura de recarga de carros elétricos em garagens de edifícios, principalmente os mais antigos, continua gerando discussão entre órgãos e empresas envolvidos na eletromobilidade e também com os moradores.

 

Afinal, a instalação deve ser feita com total segurança para anular qualquer risco de incêndio provocado pela bateria dos veículos. Para balizar essa discussão, o Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo enviou um parecer técnico para consulta pública que aborda regras de instalação de carregadores, seja qual for a potência.

 

O documento estabelece, por exemplo, que a vaga do veículo elétrico deve guardar distância de 5 metros de cada lado, para garantir segurança em relação aos demais.

 

Há outras ressalvas nas instalações feitas atualmente, que nem sempre seguem os rígidos padrões de segurança. “Quando um ou dois moradores instalam o carregador, muitos outros acabam optando pelo elétrico”, ressalta Pedro Schaan, CEO da Zletric. “Como o assunto é recente, os síndicos não têm todas as informações corretas sobre a limitação de energia. Depois, descobrem que o edifício não suporta tantas instalações individuais. É preciso pensar em uma infraestrutura para suprir a demanda, sem ações paliativas”, explica o executivo.

 

Resistência

 

De olho nesse nicho, a Zletric criou a Zletric Home, que oferece a tecnologia e o serviço para o segmento residencial, com aparelhos e equipe técnica especializada que trabalham a gestão da carga disponível no condomínio, evitando a sobrecarga da rede. Entre as vantagens estão a individualização do consumo e a valorização do imóvel. Há planos de assinaturas para pessoas físicas e moradores, além de opções de aluguel ou compra de equipamentos.

 

Deve-se tomar cuidado, porém, com a resistência que alguns condomínios apresentam diante dos pedidos de instalação dos pontos de recarga. Em muitos casos, essa discussão vai parar na Justiça. Para Schaan, o assunto ainda é embrionário, mas avançará na mesma velocidade das vendas de elétricos no País. “Advogados consultados pela Zletric afirmam que, por ora, não é possível falar em jurisprudência. O melhor caminho é tentar negociar com os outros condôminos e com o síndico e preparar a infraestrutura de recarga para todo o prédio”. (O Estado de S. Paulo/Mobilidade/Mario Sérgio Venditti)