O Estado de S. Paulo
Petroleira lucrou R$ 124,6 bilhões, ante R$ 188, 3 bilhões em 2022. Apesar da queda, foi o segundo maior lucro da história.
Depois de registrar lucro e dividendos recordes em 2022, a Petrobras terminou o ano passado com um resultado positivo de R$ 124,6 bilhões. A cifra representa uma queda de 33,8% frente o período anterior, mas é a segunda maior da história da companhia, só atrás do lucro de R$ 188,3 bilhões do ano de 2022.
Já o pagamento de dividendos aos acionistas teve um recuo expressivo no primeiro ano da companhia sob a gestão do PT. O volume de recursos destinado aos acionistas caiu 66,4%, mas ainda somou expressivos R$ 72,4 bilhões. A decisão da empresa de não pagar dividendos extras, como no ano anterior, frustrou investidores. Analistas esperavam uma distribuição adicional a esse valor, entre US$ 4 bilhões e US$ 9 bilhões.
Dona de 36,6% do capital da empresa, via Tesouro, Banco de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e seu braço de participações, o BNDESPar, a União deve ficar com R$ 26,5 bilhões em dividendos de 2023.
Em 2022, a União havia embolsado cerca de R$ 79 bilhões do total de R$ 215,7 bilhões distribuídos a acionistas relativos àquele exercício.
Esse é o terceiro anúncio seguido de pagamento a acionistas após a mudança da política de dividendos da companhia, que hoje tem previsão de proventos na ordem de 45% do fluxo de caixa livre (diferença entre o fluxo de caixa operacional e os investimentos do trimestre). Até julho, esse porcentual era de 60%.
Surpresa positiva
Apesar da redução, a regularidade dos dividendos da Petrobras sob o governo Luiz Inácio Lula da Silva surpreendeu positivamente o mercado, o que ajuda a explicar a apreciação do papel no período.
“O ano 2023 não foi igual a 2022. O Brent caiu 18% e crackspread (diferença entre o produto bruto e o refinado) do diesel, 23%. Ainda assim, a Petrobras foi uma das empresas do setor que melhor enfrentaram esse cenário”, disse ao Estadão/Broadcast o diretor Financeiro e de Relações com Investidores, Sergio Caetano Leite.
O presidente da companhia, Jean Paul Prates, afirmou ontem que a “Petrobras voltou a prosperar e gerar valor a longo prazo”. Segundo ele, “a sociedade também se beneficiou de R$ 240 bilhões em tributos em 2023”. (O Estado de S. Paulo/Denise Luna e Gabriel Vasconcelos)