Autopeças brasileiras diversificam negócios externos

AutoIndústria

 

Enquanto alguns mercado tradicionais, como Colômbia e Chile, apresentaram retração no ano passado, outros ganharam espaço significativo nos negócios das autopeças brasileiras.

 

Entre eles estão Turquia, Suécia, Uzbequistão e Noruega, que não só contribuíram para o aumento de 8,5% nas exportações do setor no ano passado como também para a redução da dependência de países sulmericanos, principalmente da Argentina.

 

A indústria nacional de autopeças exportou US$ 9 bilhões para 212 mercados em 2023, ante os US$ 8,3 bilhões do ano anterior, o resultado mais expressivo desde 2013 (US$ 9,8 bilhões) conforme relatório da balança comercial publicado no site do Sindipeças.

 

As importações, após dois anos de crescimento expressivo, caíram 4,2%, de US$ 19,6 bilhões em 2022 para US$ 18,8 bilhões em 2023. A balança comercial teve saldo deficitário de US$ 9,8 bilhões, valor 13,5% menor do que o registrado no ano anterior (US$ 11,3 bilhões).

 

Os três principais mercados brasileiros são Argentina, com compras da ordem de US$ 3,3 bilhões em 2023, alta de 12,1% sobre 2022 e participação de 36,7%, Estados Unidos (US$ 1,37 bilhão, crescimento de 0,9% e fatia de 15,3%) e México (respectivamente, US$ 902,4 milhões, 18,5% e  10%).

 

O Top 6 é complementado por Alemanha, Colômbia e Chile, sendo que nos últimos dois casos os recuos foram de 3,5% e 27,4%, para, respectivamente, US$ 282,5 milhões e US$ 239,8 milhões.

 

A Noruega galgou degraus e subiu para a 7ª colocação entre os principais compradores de autopeças brasileiras, com negócios da ordem de US$ 175 milhões, evolução de 75,8% e fatia de 2,7%.

 

As compras cresceram 71,6%, 56% e 24,2% no caso do Uzbequistão, Suécia e Noruega, atingindo, respectivamente, respectivamente, US$ 110,3 milhões, US$ 103,6 milhões e US$ 73,6 milhões.

 

Esses países em 2023, pela ordem, a 12ª, 15ª e 19ª posição no rankings dos principais destinos das autopeças produzidas no Brasil. A diversificação decorre, entre outros fatores, de ações que o Sindipeças vem realizando em parceria com a Apex-Brasil para buscar novos mercado lá fora.

 

Importações em queda

 

Com relação às importações, o Top 5 é formado por China, que mandou mais de US$ 3 bilhões em autopeças para o mercado brasileiro, Estados Unidos (US$ 2,73 bilhões), Alemanha (US$ 1,8 bilhão), Japão (US$ 1,6 bilhão) e México US$ 1,36 bilhão).

 

Nos quatro primeiros casos houve recuo nas vendas de componentes automotivos para o mercado brasileiro, da ordem de, respectivamente, 5,4%, 2,2%, 7% e 4,2%. O México ampliou suas entregas em 2%.

 

“A despeito da valorização média de 6,6% da moeda brasileira no ano, o resultado das importações expressa o quadro de dificuldades da indústria brasileira no ano passado, com acentuada queda da produção de veículos pesados (-37,5%) e desempenho morno da produção de leves (+1,3%)”, lembra o Sindipeças em seu relatório anual. (AutoIndústria/Alzira Rodrigues)