Frota & Cia
O Grupo Safira, um dos principais grupos econômicos do ecossistema de energia elétrica do país, anunciou na sexta-feira, 28, que firmou uma colaboração em eletromobilidade com a startup Weble, voltada à locação de veículos elétricos especialmente projetados para motoristas de aplicativos. A parceria também inclui a scaleup GreenV, empresa especializada em instalação de pontos de recarga e tecnologias inteligentes para gestão de consumo de energia para veículos elétricos, e o Condomínio Empresarial Brascan, um dos mais modernos edifícios de Alphaville.
O projeto em conjunto prevê a criação da rede de eletropostos destinados aos veículos elétricos da Weble, que operam com o modelo D1 da fabricante BYD, fornecendo energia elétrica sustentável proveniente de fontes renováveis, e com preços competitivos que permitam a escalabilidade da Weble com a melhor eficiência operacional possível.
“Nossos esforços neste projeto de inovação têm como base o crescente movimento da sociedade rumo à adoção de veículos livres do uso de combustíveis fósseis, o que abre oportunidades dentro do mercado livre de energia para a oferta de produtos e serviços no segmento de eletromobilidade. A Safira Energia, por meio do programa de inovação aberta ePlus, firmou parceria com a Weble e a GreenV, e fornecerá energia limpa e renovável aos eletropostos já habilitados no mercado de contratação livre de energia”, explica Fabio Zoppi, Head de Inovação & Corporate Venture do Grupo Safira.
“Atualmente, a Weble tem 12 motoristas atuando em caráter experimental, em 6 veículos trabalhando em três turnos, com 4 carregadores nesta primeira base operacional. Contudo, o objetivo é atuar de forma escalável. Para isso, buscamos novos parceiros que desejem cocriar conosco neste modelo de negócio”, complementa Luis Edgard Aires, líder do projeto e Analista de Inovação & Corporate Venture do Grupo Safira.
Em um primeiro momento, o projeto da Safira Energia tem como objetivo validar o modelo de negócio conjunto, entendendo e resolvendo as necessidades em energia elétrica da Weble, na medida em que ela colocar mais veículos em sua operação, e também as potencialidades que o hardware e software da GreenV podem agregar valor a um modelo de negócios viável.
“A Weble está construindo uma proposta de valor completa em ESG, que contempla uma melhor qualidade de vida do motorista de aplicativo, sem emissão de gases de efeito estufa e com tecnologia para aumentar a segurança do passageiro”, explica Valdo Romão Junior, CEO da Weble.
O avanço da eletromobilidade também irá demandar um aumento da oferta de energia. As fontes renováveis são a solução mais sustentável e econômica para evitar a sobrecarga do sistema nacional de fornecimento de energia.
“Convidamos a todas as empresas que têm metas ESG para 2030 a participar da transformação da indústria automotiva e transição energética para os veículos elétricos conosco. Essa não é uma tendência apenas mas, principalmente, é comprovadamente uma oportunidade de gerar valor concreto para as empresas”, diz Junior Miranda, Co-Founder e CEO da GreenV – Maior Startup de E-Mobility as a Service do Brasil.
De acordo com o levantamento da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE) em dezembro de 2022, a frota circulante de carros com algum tipo de eletrificação é de pouco mais de 126 mil unidades, e de 13.294 unidades quando considerados os automóveis 100% elétricos.
Segundo estudo coordenado por físicos da Universidade de São Paulo (USP) e publicado na revista Scientific Reports do grupo Nature, veículos movidos a diesel, como caminhões e ônibus, são responsáveis por cerca da metade da concentração de compostos tóxicos na atmosfera, tais como benzeno, tolueno e material particulado. Os pesquisadores destacam que é um valor muito alto, uma vez que ônibus e caminhões representam somente 5% da frota veicular.
A redução gradativa do uso de veículos movidos a combustíveis fósseis vem ganhando velocidade em todo o mundo. No último mês de fevereiro, o Parlamento Europeu aprovou um projeto de lei que proíbe a venda de veículos novos movidos a gasolina e diesel. A medida passa a valer em 2035.
“Para novas oportunidades em eletromobilidade, estamos procurando empresas que já possuam outros tipos de veículos elétricos comerciais, como furgões compactos, furgões, veículos urbanos de carga (VUC´s) e caminhões-toco do tipo semi-pesado 4×2, entregando novo valor agregado às empresas expandindo a rodagem destes veículos que hoje se limitam à autonomia da bateria”, conclui Fabio Zoppi. (Frota & Cia/Rosa M. Symanski)