Dia Nacional do Fusca celebra história do VW no Brasil

Jornal do Carro

 

O Volkswagen Fusca chegou ao Brasil em 1950. Originalmente, o modelo criado na década de 1930 por Ferdinand Porsche a pedido de Adolf Hitler tinha motor de dois cilindros refrigerado a ar. O VW, cujo nome significa Carro do Povo, foi feito em vários países. E nesta sexta-feira, 20, o Dia Nacional do Fusca celebra a produção no País. A celebração surgiu em 1989. A iniciativa foi de fãs brasileiros e teve o apoio da marca alemã.

 

No Brasil, o besouro era montado em sistema CKD. Ou seja, com peças vindas da Alemanha. Porém, em 3 de janeiro de 1959 começou a produção na fábrica da marca em São Bernardo do Campo (SP). Segundo a VW, o carro havia recebido várias atualizações. Seja como for, o nome Fusca já havia colado.

 

Apelido? Sim! Afinal, seu nome oficial era Volkswagen Sedan. Fusca é uma corruptela que surgiu da pronúncia da sigla VW, abreviação de Volkswagen. Os “fauvê”, em alemão, era pronunciado como “fulque” ou “fulca” pelos brasileiros. Logo, não demorou a virar “Fusca”.

 

Entre 1959 e 1986, a fábrica da Via Anchieta produziu mais de 3,1 milhões de unidades do Fusca. Nesse período, o carro recebeu atualizações na mecânica, novos itens de série, de conforto, melhorias na estética e por aí vai. Quando saiu de cena, o Fusca representava cerca de 30% da frota nacional.

 

De volta?

 

Seja como for, em 1993 o então presidente da República, Itamar Franco, pediu à Volkswagen que voltasse a produzir o Fusca. Na época, a ideia era investir no chamado “carro popular”. O Fusca não tinha motor 1.0, item obrigatório para contar com redução fiscal. Porém, o governo federal incluiu nas regras os veículos com motor refrigerado a ar produzidos no País. Ou seja, o Fusca.

 

Porém, o Fusca havia evoluído menos que o nível de exigência do consumidor brasileiro. Assim, como havia várias outras opções de carros mais modernos, o veterano não resistiu. Como resultado, saiu de linha definitivamente no Brasil em julho de 1996. A Série Ouro foi lançada para marcar a despedida.

 

Segundo a VW, entre os diferenciais os estofamentos eram iguais aos do Pointer GTI, além de faróis de neblina e desembaçador do vidro traseiro. Bem como painel de instrumentos com fundo branco e vidros verdes. Os nomes dos 1.500 compradores estão no livro de ouro da Volkswagen do Brasil.

 

Como a nostalgia fala alto na Volkswagen, como prova o retorno da Kombi, agora 100% elétrica, dois anos depois do fim do Fusca, a marca relançou o carro novamente. Ou seja, estamos falando do New Beetle. O visual lembrava o do antigo VW. Porém, o carro tinha nova plataforma, a mesma do do Golf IV e motor na dianteira refrigerado a água. Considerado caro em qualquer lugar do mundo e com preço proibitivo para o padrão do brasileiro médio, o carro não fez sucesso por aqui. Assim, deixou de ser oferecido em 2010.

 

Mas, no ano seguinte, lá veio o Fusca de volta. Até então, era conhecido no mundo todo como Beetle. Porém, ele foi rebatizado em cada mercado com o nome pelo qual era conhecido. Portanto, no Brasil virou Fusca. No México, onde era feito, o nome era Vocho. Na Itália, era Maggiolino e em vários países de língua espanhola, Escarabajo. E por aí vai.

 

Seja como for, seu estilo era mais esportivo e o motor 2.0 com injeção direta de gasolina gerava 200 cv. Com isso, a Volkswagen queria disputar compradores de modelos como Mini Cooper e os finados Audi A1 e Citroën DS3, por exemplo.

 

Chinês?

 

A fama e o sucesso do Fusca são tão marcantes que até as fabricantes chinesas resolveram tirar uma casquinha. A ORA, que faz parte da Great Wall Motors, lançou um clone do VW com motor elétrico. Esse, digamos, sósia, se chama Punk Cat.

 

Entretanto, a cópia moderna do Fusca tem lá suas exclusividades. É o caso das quatro portas. Porém, até a pintura do tipo “saia e blusa” remete ao VW dos anos 1960. Em síntese, o Fusca é um carro tão longevo e emblemático que, quem sabe, ainda pode voltar ao Brasil com outro nome e feito por outra marca. (Jornal do Carro/Vagner Aquino)