Dois anos sem produção local, Ford tem 85% das vendas em comerciais leves

AutoIndústria

 

Há exatos dois anos, em 11 de janeiro de 2021, a Ford anunciava o fim de sua centenária produção de veículos no Brasil. Desde então, a marca norte-americana passou a atuar localmente apenas com veículos importados. Encerrado 2022, porém, está claro que o maior filão a ser explorado pela agora importadora são mesmo os comerciais leves.

 

No ano passado, o segmento respondeu por nada menos do que 17,8 mil dos 20,8 mil veículos Ford licenciados no mercado interno, 85% do total. O modelo mais negociado foi a picape grande Ranger. Fabricada na Argentina, acumulou 14,3 mil unidades, quinta colocada no ranking da categoria, segundo critérios da Fenabrave.

 

Os furgões Transit, disponíveis em versões de carga e passageiros vieram a seguir, com pouco mais de 2 mil emplacamentos, e a terceira posição coube à picape média Maverick. Nas concessionárias desde o primeiro trimestre do ano passado, o modelo produzido no México esbarrou nos 1,4 mil emplacamentos.

 

A linha Ford no Brasil agora tem oito versões de picapes e furgões contra duas dos SUVs Territory e Bronco e outras duas do esportivo Mustang. A marca, porém, já anunciou o lançamento dos Transit automático, Maverick hídrida e de mais uma picape, a F-150, no transcorrer dos próximos meses.

 

Ou seja, até o fim de 2023, o portifólio englobará quinze versões de veículos, somente quatro serão de automóveis de passeio. E mesmo considerando que o consumidor da Maverick claramente a utilize para o lazer, ainda assim os automóveis seriam minoria com cinco opções.

 

De fato, a Ford ingressou para o rol das marcas de nicho no caso dos automóveis. Os exatos 3.018 licenciamentos registrados no ano passado a colocaram na modestíssima 19ª posição no ranking de vendas, marginal 0,19% do segmento. Atrás, inclusive, da sofisticadíssima e caríssima Porsche, que superou 3,2 mil unidades (0,20%).

 

No mercado de comerciais leves a Ford encerrou 2022 com presença bem mais destacada. A participação de 4,7% asseguraram a 6ª posição, à frente de marcas que têm concorrentes diretas da Ranger. É o caso, por exemplo, da Nissan (2,3%). Sua picape, a Frontier, fabricada na Argentina em novíssima geração, vendeu somente 8,2 mil unidades.

 

E importantes reforços estão próximos. Ainda no primeiro trimestre, será apresentada significativa atualização da Ranger, estética e mecanicamente. Daniel Justo, presidente da Ford aqui, prometeu outros nove lançamentos em 2023. Sem citar números, cravou que a Ford vai crescer acima da média do mercado este ano. (AutoIndústria/George Guimarães)