Fenabrave prevê alta de apenas 0,1% nas vendas de veículos em 2023

O Estado de S. Paulo

 

A Fenabrave, entidade que representa as concessionárias, divulgou nesta quinta-feira, 5, que espera que, pelo terceiro ano seguido, as vendas de veículos no Brasil continuem estacionadas, ao redor de 2,1 milhões em 2023.

 

Entre carros de passeio, utilitários leves, caminhões e ônibus, a expectativa é de 2,11 milhões de unidades vendidas até o fim do ano, com um crescimento de 0,1% em relação a 2022.

 

Só no mercado de carros de passeio e utilitários leves, como picapes e vans, a Fenabrave prevê estagnação, crescimento zero, nas 1,96 milhão de unidades do ano passado.

 

A tendência, na avaliação da entidade, também é de estagnação (crescimento zero) nas vendas de caminhões, que devem somar novamente 124,6 mil unidades em todo o ano se a associação for certeira em suas previsões. Quanto ao mercado de ônibus, a Fenabrave está mais otimista, prevendo 23 mil veículos emplacados, um crescimento de 5%.

 

Além dessas projeções, a Fenabrave apresentou seu prognóstico para as vendas de motos. A previsão é de avanço de 9% no mercado de duas rodas, com 1,48 milhão de motocicletas comercializadas em 2023.

 

Vendas em 2022

 

A Fenabrave divulgou nesta quinta um balanço de 2022. O mercado de veículos praticamente repetiu no balanço final de 2022 o resultado do ano anterior. Entre carros de passeio, utilitários leves, caminhões e ônibus, 2,1 milhões de unidades foram vendidas no País, o que representa uma leve queda de 0,7% na comparação com 2021.

 

Abaixo das expectativas no início do ano, quando as projeções de montadoras e revendedores eram de crescimento entre 4,6% e 8,5%, o desempenho mostra que o setor segue em mais de 600 mil veículos distante do nível de antes da pandemia. Em 2019, as vendas de veículos no Brasil somaram 2,79 milhões de unidades.

 

A escassez de componentes eletrônicos no mundo, levando a paradas de produção e, consequentemente, limitação de oferta nas concessionárias, principalmente no primeiro semestre, impediu resultado melhor no ano.

 

Mas com a melhora no abastecimento de peças nos últimos meses, as montadoras conseguiram produzir com menos interrupções, permitindo ao mercado exibir na última foto de 2022 o maior número de veículos vendidos em um mês desde dezembro de 2020 (244 mil). Foram comercializadas 216,9 mil unidades no mês passado, alta de 4,8% na comparação com igual período de 2021 e de 6,3% frente a novembro.

 

Contribuiu a esse crescimento a corrida de transportadores antes da mudança nos preços dos caminhões por conta do aperto, na virada do ano, dos limites de emissões, o que exigiu uma atualização tecnológica dos motores a diesel. As vendas de caminhões, um total de 12,1 mil unidades no mês passado, subiram 21,4% contra novembro e 0,8% na comparação com dezembro de 2021.

 

Já no segmento de carros de passeio e utilitários leves, como picapes e vans, as vendas de dezembro superaram em 4,5% as do mesmo período de 2021. Frente a novembro, houve alta de 5,3%.

 

Embora o crédito mais caro e restrito afete as vendas no varejo, os maiores volumes da indústria ainda encontram vazão nas encomendas de clientes frotistas – em especial as locadoras, que formaram longas listas de espera no período de maior restrição de oferta. (O Estado de S. Paulo/Eduardo Laguna)