Fórum discute a descarbonização do transporte público coletivo

Frota & Cia

 

Na semana após a conclusão da conferência do clima no Egito, a COP27, lideranças e equipes técnicas de secretarias de transportes, meio ambiente e resiliência climática de prefeituras de diferentes regiões do Brasil se reuniram em Salvador para três eventos conjuntos sobre como melhorar a mobilidade urbana: o TUMI Day, o Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes de Mobilidade Urbana, e o QualiÔnibus.

 

No TUMI Day, um dia de palestras, painéis e sessões de aconselhamento com especialistas, os participantes conheceram mais sobre novos modelos de negócios em concessões de transporte público; as tecnologias de ônibus elétricos e infraestruturas de recarga; a importância de ações de marketing para atrair passageiros e da diversidade e inclusão nas equipes de trabalho para ampliar o acesso universal aos serviços; além de casos concretos de implementação de ônibus elétricos no Brasil e na América Latina.

 

O evento foi promovido pela Iniciativa Transformadora de Mobilidade Urbana (TUMI, na sigla em inglês). Trata-se de uma coalizão de instituições globais formada há seis anos com o objetivo de reduzir as emissões de gases de efeito estufa nas cidades, onde em média 70% da poluição do ar é oriunda do setor de transportes.

 

Ônibus fabricado pela Eletra, com chassi Mercedes-Benz, ambos de São Bernardo do Campo (SP), carroceria Caio, de Botucatu (SP) e motor elétrico, inversor e bateria WEG, de Jaraguá do Sul (SC)

 

TUMI e-bus

 

A partir da missão ônibus elétrico – TUMI e-bus mission – a iniciativa oferece capacitação para mais de 100 cidades mentoradas e apoio técnico para 20 cidades-piloto em países do Sul Global, como Brasil, México, África do Sul, Uganda, Quênia, Índia, Indonésia e Vietnã. Com a meta de implementar ao todo pelo menos 100.000 ônibus elétricos nos sistemas de transporte coletivo nos próximos anos.

 

No Brasil há um ano e meio, a TUMI e-bus mission vem oferecendo apoio técnico aprofundado para cinco cidades-piloto: Salvador, Campinas, Curitiba, São Paulo e Rio de Janeiro, que no momento planejam adquirir mais de 3.000 ônibus elétricos ao todo até 2025. Além de outras 20 cidades mentoradas, que participam de workshops e treinamentos sobre a implementação de ônibus elétricos no transporte público.

 

O TUMI Day gerou novas conexões e ampliou as trocas entre profissionais que vinham se comunicando online nos últimos meses. “As conversas presenciais, olho no olho, ajudam a influenciar e motivar lideranças. É importante juntarmos nestes eventos as pessoas responsáveis por mudar as cidades e apoiá-las a implementar atividades concretas que levem efetivamente à redução de emissões e à justiça climática e social. O intercâmbio entre as redes regionais e globais contribui nesse sentido”, ”, diz Jens Giersdorf, gerente-geral da Iniciativa Transformadora de Mobilidade Urbana e especialista em projetos de energia e mobilidade elétrica da GIZ, agência de Cooperação Brasil-Alemanha para o Desenvolvimento Sustentável.

 

Salvador na vanguarda

 

Com tecnologias de otimização do uso de combustíveis fósseis no transporte coletivo, Salvador reduziu 22% das emissões de gases de efeito estufa entre 2018 e 2022. A estratégia de eletromobilidade é importante para cumprir a meta da cidade de zerar as emissões até 2049. “Os desafios climáticos já estão começando a acontecer, como por exemplo a elevação do nível do mar, sobre a qual temos um grupo de trabalho, pioneiro no Brasil inclusive”, ressalta Marcelle de Moraes, secretária municipal de sustentabilidade e resiliência climática. “Salvador está engajada na diminuição dos gases de efeito estufa e são diversos atores que atuam nesse processo”, conclui a secretária.

 

A capital da Bahia é uma das primeiras entre as cinco cidades brasileiras que integram a missão ônibus elétrico da Iniciativa Transformadora de Mobilidade Urbana (Tumi e-bus Mission, na tradução livre), a iniciar a implementação de ônibus movidos a bateria. Com veículos 100% nacionais, com fabricação da Eletra e chassi Mercedes-Benz, produzidos em São Bernardo do Campo (SP), carroceria Caio, de Botucatu (SP) e motor elétrico, inversor e bateria WEG, de Jaraguá do Sul (SC). (Frota & Cia/Victor Fagarassi)