Diesel recua, mas defasagem internacional pressiona o aumento

Frota & Cia

 

O Diesel teve outra queda, a décima terceira desde junho. Em quatro meses, o combustível, importante na composição dos preços das mercadorias, principalmente alimentos, acumula baixa de 13,4%.

 

Entretanto, apesar do arrefecimento, o corte na produção mundial deve trazer novos aumentos tanto para o diesel quanto para a gasolina.

 

Para alinhar o preço praticado nas refinarias brasileiras com o mercado internacional a defasagem do diesel chega a 16%. Isso quer dizer que, se o mercado interno acompanhasse os preços internacionais, o diesel teria de ser precificado R$ 0,97 acima do preço médio atual.

 

O doutor em Economia Michel Constantino explica que a defasagem se intensifica principalmente pelo crescimento da procura pelo combustível fóssil. “A demanda por diesel mundialmente está crescendo com o uso de usinas termelétricas pela Europa”, avalia.

 

Cenário

 

Já preço do barril de petróleo tipo Brent já subiu 5,09% neste mês no mercado internacional. O movimento veio na esteira do anúncio dos países que compõem a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) de reduzir a produção de petróleo em 2 milhões de barris por dia.

 

Esse é o maior corte anunciado desde as sanções econômicas que paralisaram a economia mundial com a eclosão do novo coronavírus, em 2020.

 

Entretanto, desde julho, o preço do barril recua 19,98%, de acordo com as cotações históricas do site Investing.com. No dia primeiro daquele mês, o barril tipo Brent era comercializado a US$ 111,63, contra US$ 92,44 desta última segunda-feira (17).

 

Diretor de Exploração e Produção da Petrobras, Fernando Borges disse em evento on-line da agência especializada Epbr que a estatal tem sido mais rápida ao repassar os preços. “A gente [Petrobras] passa mais amiúde a redução e demora um pouco mais para passar a subida, [com isso] nós estamos beneficiando a sociedade brasileira”, disse.

 

Após o evento, em comunicado ao mercado, a Petrobras afirmou que tem “compromisso com preços competitivos e em equilíbrio com o mercado” e que evita o repasse imediato das volatilidades externas e do câmbio aos preços. O executivo da Petrobras discorda dos dados da Abicom. (Frota & Cia/Victor Fagarassi)