Mudanças para atender às regras do Proconve 8

O Estado de S. Paulo/Mobilidade

 

A Mercedes-Benz adotou a tecnologia SCR, com adição de Arla 32, filtros e oxidantes para que seus motores atendam às normas do Proconve P8. A nova regra de emissões de poluentes é equivalente ao Euro 6, e entra em vigor, no Brasil, em janeiro de 2023. Os motores para caminhões com o novo sistema estreiam na Fenatran. Considerada como o maior evento do setor de transportes da América Latina, a feira ocorre, de 7 a 11 de novembro, no São Paulo Expo, na zona sul da capital paulista.

 

Os novos motores são parte da plataforma batizada pela Mercedes-Benz de Bluetec 6. Segundo dados da marca, a redução de emissões de NOX chega a 80%. No caso de material particulado, o ganho é de 50%.

 

Além disso, os propulsores podem funcionar com combustíveis alternativos. Ou seja, biodiesel ou HVO. Isso porque o chamado diesel verde, feito à base de óleo vegetal hidratado, deve ser oferecido no futuro.

 

A Fenatran será realizada, de 7 a 11 de novembro, no São Paulo Expo, Rodovia dos Imigrantes, km 1,5, Água Funda. Para saber mais, acesse: fenatran.com.br

 

Bluetec 6 neutraliza gases poluentes

 

A tecnologia Bluetec utiliza o SCR, sigla de redução catalítica seletiva. Nesse caso, o sistema realiza um processo de tratamento dos gases emitidos pelo escape. Assim, os óxidos de nitrogênio (NOX) viram nitrogênio neutro (N e vapor de água (H2O). Portanto, substâncias que não fazem mal à saúde.

 

A Mercedes-Benz, assim como outras fabricantes de caminhões no Brasil, já utiliza o SCR. Porém, para atender às regras do Euro 6, foi preciso adicionar outras tecnologias. Vale lembrar que, quando essa norma passou a vigorar na Europa, em meados de 2013, a maioria das marcas adotou a combinação de SCR com o EGR – ou seja, a recirculação dos gases de escape.

 

Mas, com a evolução tecnológica, a tendência é o desenvolvimento de sistemas menos complexos. Como resultado, esses dispositivos também são mais leves. A Mercedes-Benz, por exemplo, utiliza o SCR em conjunto com filtros DPF de partículas e sistema oxidante DOC. O primeiro reduz a emissão de material particulado e o DOC realiza a oxidação desse resíduo.

 

Torque maior

 

De acordo com a área de engenharia da marca, uma das vantagens é a manutenção mais em conta. A limpeza dos filtros pode ser feita a cada 300 mil quilômetros. Portanto, só é preciso trocar o componente a partir dos 900 mil quilômetros, em média. Isso porque o DPF é feito de cerâmica. Ou seja, um material com maior durabilidade do que os filtros convencionais.

 

Os novos motores P8 foram apresentados nos ônibus da marca durante a Latbus. Além da redução das emissões, houve aumento no torque. Portanto, é esperado que, nos caminhões, os propulsores Euro 6 também tenham mais força que os anteriores. (O Estado de S. Paulo/Mobilidade/Andrea Ramos)