Truck & Bus Builder América do Sul
A Vale S.A., com sede no Rio de Janeiro, recebeu dois caminhões fora de estrada de 72 toneladas movidos a bateria, que passarão por testes nas minas de Água Limpa, em Minas Gerais, e de Sorowako, na Indonésia. Primeiros a serem utilizados por uma mineradora global, os veículos não emitem CO2, pois substituem o diesel por eletricidade provenientes de fontes renováveis, e ainda reduzem ruídos, minimizando os impactos nas comunidades que moram no entorno das operações. Os equipamentos, que foram produzidos pela XCMG Mining Machinery Co. Ltd., subsidiária da Xuzhou Construction Machinery Group Co. Ltd. (XCMG), maior fabricante de máquinas da China, representam mais um passo na eletrificação dos ativos da Vale, que, em 2019, anunciou a meta de zerar suas emissões líquidas diretas e indiretas até 2050. Para isto, estima investir entre US$ 4 bilhões e US$ 6 bilhões.
Os caminhões fora de estrada elétricos de 72 toneladas, modelo XDR80TE, fazem parte do programa PowerShift. Suas baterias de lítio possuem capacidade de armazenamento de 525 Kwh, podendo operar até 36 ciclos, pouco mais de um dia de operação, sem necessidade de parar para recarregar e com possiblidade de regeneração de energia durante as descidas, redução de uso de freio mecânico, manutenção e vibração, além de proporcionar mais conforto operacional ao motorista. O equipamento conta com tecnologia de controle de temperatura múltipla, que permite adaptar-se às altas temperaturas, umidade e períodos de chuvas intensas.
“Vemos esta parceria com a XCMG como mais um passo importante em nossa relação de longo prazo com a China, e na direção por uma mineração mais sustentável. Nossa intenção é ampliar, em conjunto com parceiros globais, o desenvolvimento e a cocriarão de tecnologias que respeitem o meio ambiente e zerem as emissões”, destaca Alexandre Pereira, vice-presidente executivo de Soluções Globais de Negócios da Vale.
“A entrega do mais recente caminhão de mineração elétrico XDR80TE neste momento é resultado de um esforço conjunto entre a XCMG e a Vale para promover a proteção ambiental global, bem como o desenvolvimento econômico verde e sustentável”, afirmou Hanson Liu, vice-presidente da XCMG Machinery e gerente-geral da XCMG Import & Export Co..
Atualmente, as emissões dos caminhões fora de estrada a diesel representam cerca de 9% do total de emissões da Vale.
Redução das emissões
O Powershift foi criado pela Vale com objetivo de substituir combustíveis fósseis por fontes limpas em suas operações. O programa está avançando em soluções inovadoras para eletrificar minas e ferrovias da empresa. Além do caminhão 100% elétrico, a estratégia da Vale para eletrificação dos ativos conta ainda com a operação de locomotivas movidas a bateria nos pátios dos portos de Tubarão, em Vitória, e de Ponta da Madeira, em São Luís. No Canadá, o Powershift também tem realizado testes com equipamentos elétricos em minas subterrâneas no Canadá – atualmente, há cerca de 40 em operação.
A estratégia de eletrificação de equipamentos de operações da Vale inclui ainda uma parceria com seus pares BHP e Rio Tinto. No ano passado, as três empresas, juntamente com mais 17 mineradoras, lançaram o “Charge On Innovation Challenge”, desafio global de inovação aberta, cujo objetivo é buscar soluções inovadores para acelerar o carregamento seguro de baterias para futuros caminhões fora de estrada elétricos.
Vale S.A. é uma mineradora multinacional brasileira e uma das maiores operadoras de logística do país. É uma das maiores empresas de mineração do mundo e também a maior produtora de minério de ferro e de níquel.
CSN também testa veículos elétricos
A CSN S.A. também anunciou a aquisição de 23 caminhões elétricos da chinesa Sany que foram adquiridos para colaborar na diminuição da pegada de carbona da mineradora, com a utilização de veículos elétricos para reduzir as emissões de gases do efeito estufa de suas atividades.
A mineradora começou a testar, neste mês, na mina Casa de Pedra, em Congonhas (MG), dois caminhões elétricos Sany de 60 toneladas. Os veículos deverão ser testados para o manejo de rejeitos nos próximos seis meses. “O monitoramento leva em conta autonomia de bateria, redução da emissão de poluentes e no consumo de derivados do petróleo, maior disponibilidade física do equipamento e menores custos de operação e manutenção”, afirma Helena Brennand Guerra, diretora de sustentabilidade, meio ambiente, saúde e segurança do trabalho da siderúrgica.
A CSN Mineração S.A., principal controlada da CSN no setor, é a segunda maior exportadora de minério de ferro do Brasil e a sexta do mundo. Os ativos de alta qualidade da CSN Mineração encontram-se no Quadrilátero Ferrífero, com destaque para a mina Casa de Pedra, em Congonhas (MG).
Além disso, a CSN possui a mina de Arcos, também em Minas Gerais, que produz três tipos de calcário, usados como matéria-prima para a fabricação de aço e para a produção de clínquer, principal insumo para o cimento. Em Rondônia, a ERSA, controlada da CSN, produz estanho, matéria-prima da folha de flandres. (Truck & Bus Builder América do Sul)