Iveco encaminha produção de ônibus a gás na Argentina

AutoIndústria 

 

O Grupo Iveco dá mais um passo no seu programa de descarbonização no transporte Natural Power na América Latina ao confirmar produção do chassi de 17 toneladas movido a gás natural ou biometano na fábrica de Córdoba, na Argentina.

 

O anúncio ocorre uma semana depois de a marca endereçar projeto de produção do caminhão pesado Hi-Way a gás na unidade de Sete Lagoas (MG).

 

O chassi será primeiro da linha de ônibus a ser produzido em Córdoba e o segundo produto a gás na operação argentina, onde também monta versão do caminhão médio Tector. O início das entregas está previsto para o segundo semestre de 2023 para a América Latina.

 

Com isso, além de reforçar o compromisso com a sustentabilidade por meio do Natural Power, o projeto do chassi 17G21 fará da unidade argentina polo exportador do veículo.

 

“Há um grande potencial de exportações para Brasil, Chile, Colômbia, Peru, República Dominicana, Uruguai e Paraguai”, observa Danilo Fetzner, diretor comercial da Iveco Bus para a região.

 

Para o Brasil, o executivo lembra da necessidade de processo de homologação do produto, que leva em torno de seis a oito meses. “Devemos começar a aceitar pedidos a partir de abril do ano que vem”, estima Fetzner.

 

O chassi 17G21 é baseado no modelo convencional de 17 toneladas da marca, produzido em Sete Lagoas. O produto se destina a aplicações urbanas e interurbanas com carrocerias de 12 a 13,2 metros comprimento.

 

O conjunto traz motor FPT de 5,9 litros que gera 204 cv e 76,5 kgfm de torque. Com seis cilindros que totalizam 100 m³ de gás, o veículo proporciona autonomia entre 250 e 300 km. Na bomba, o tempo de abastecimento é de 20 minutos. Em operação, o uso do gás garante reduções de 90% do dióxido de nitrogênio (NO2) e de 10% de dióxido carbono (CO2). Se abastecido com biometano, a emissão de CO2 é 95% menor.

 

O chassi a gás chega a ser até 30% mais caro em relação ao convencional a diesel. “A diferença se paga no médio prazo”, resume Fetzner, lembrando que a redução no custo operacional pode chegar a 20%, “em especial devido ao preço menor do combustível”.

 

O 17G21 integrará uma operação produtiva de 53 anos da Iveco na Argentina. A fábrica de Córdoba, única no país a produzir de caminhões, tem capacidade nominal para 14 mil unidades/ano.

 

Atualmente, tem perto de 500 trabalhadores, que produzem 27 veículos por dia. Sob o galpão, apenas uma linha de montagem dá vazão para quatro gamas de caminhões, dos leves aos pesados. Neste ano, a projeção é de produzir 5,6 mil unidades e crescer em torno de 5% ao fim de 2023, com 5,9 mil veículos produzidos. (AutoIndústria/Décio Costa)