Estadão Bue Studio/Mobilidade/Cobli
Quem tem um carro sabe bem que os custos se tornam bem mais altos quando não se dá a devida atenção à manutenção, ao local de abastecimento, à escolha dos trajetos mais racionais, à forma de dirigir e aos riscos de multa e de acidente. Imagine todos esses fatores multiplicados por muitos veículos, conduzidos por pessoas de diferentes perfis, como ocorre nas frotas corporativas.
“Uma gestão eficiente e conectada da frota propicia uma economia impressionante”, diz Rodrigo Mourad, presidente e cofundador da Cobli, empresa que oferece soluções tecnológicas para descomplicar e potencializar o desempenho das frotas. A companhia atua em segmentos como telecom, transportes, energia, e-commerce, construção civil, entre outros. No mercado de tecnologia, trata-se de uma FleetTech, termo em inglês que funde as palavras “frota” e “tecnologia”.
Os resultados obtidos pelas mais de 5 mil empresas que aderiram à plataforma da Cobli desde a fundação, em 2017, demonstram que se trata de uma decisão que traz retorno. “Aquelas que ainda faziam a gestão de forma tradicional chegam a ter ganhos dez vezes superiores ao valor investido no nosso sistema”, diz Mourad.
Dados preciosos
O trabalho da Cobli é baseado na ampla obtenção de informações, resultado da combinação de uma série de avanços da tecnologia: internet das coisas (IoT), ciência de dados, inteligência artificial e vide telemetria. Sensores instalados nos veículos registram localização, trajetos, acelerações, frenagens e outros, enviando os dados para a plataforma e permitindo administrar, por exemplo, consumo de combustível, manutenções preventivas e até o modo de condução dos motoristas. Há também a possibilidade de acrescentar câmeras ao pacote, direcionadas tanto ao interior quanto ao exterior do veículo.
Esse arsenal tecnológico produz, por exemplo, alertas sonoros em tempo real para o motorista. Ao analisar a combinação entre velocidade e distância para o veículo da frente, por exemplo, o sistema pode identificar o risco de colisão e avisar imediatamente a respeito. Sinais de cansaço ou de desatenção, como baixar a cabeça para ver o celular ou piscar excessivamente, também são identificados de forma automática pela câmera e se tornam motivo de alerta.
Além das intervenções imediatas, há também aquelas que resultam da aplicação de inteligência sobre as informações extraídas. Os dados de desempenho produzidos em cada veículo são analisados em comparação aos demais veículos da mesma frota e, também, com os dados médios de milhões de quilômetros rodados por veículos integrados ao sistema desde o início das operações da Cobli. “No fundo, somos uma empresa que captura dados e gera informação útil às empresas”, ressalta o CEO.
Benefícios da tecnologia
O processamento das informações evidencia os indicadores que precisam ser aprimorados e a estratégia que deve ser desenvolvida. Entre os resultados desse processo está a redução de até 20% no consumo de combustível. Um estudo interno da Cobli revelou que uma frota de 30 carros populares pode desperdiçar até R$ 106,9 mil por ano apenas por conta do descontrole nesse aspecto.
Além do ganho financeiro para a empresa, economizar combustível contribui para a sociedade como um todo, pois reduz as emissões de gases causadores do efeito estufa. Assim, a empresa tem ainda a oportunidade de avançar em suas metas de sustentabilidade, em sintonia com as políticas ambientais, sociais e de governança (ESG, na sigla em inglês), que têm ganhado cada vez mais importância no mercado.
Após o papel central ocupado pela logística durante a pandemia, a eficiência das entregas se tornou um fator ainda mais crítico na decisão de compra ou de contratação de serviços de transporte. “Tempo e custo são os dois fatores mais importantes nesse processo, e é justamente sobre essas duas variáveis que o trabalho da Cobli age mais diretamente”, enfatiza o executivo.
Outro fator fundamental, diretamente relacionado a esses dois, é a redução dos riscos – tanto para pessoas quanto para marcas e para o meio ambiente. De acordo com um estudo sobre telemetria com vídeo realizado pela Frost & Sullivan, a adoção combinada dessas tecnologias provoca 60% de redução no número de colisões, 65% menos eventos envolvendo excesso de velocidade e 80% de redução de episódios de distração ao volante.
Tendência global
A conectividade dos veículos é uma tendência global. Nos Estados Unidos, já envolve mais de 60% da frota dedicada à logística. No Brasil não chega ainda a 20% dos 11 milhões de veículos comerciais que circulam no País. “O setor brasileiro de logística tem um histórico de baixa adesão à tecnologia. Mas esse é um caminho sem volta. Quem mudar essa mentalidade mais cedo levará vantagem sobre os concorrentes”, avalia Mourad.
Com um time atual de 400 profissionais, dos quais 70 estão diretamente dedicados ao desenvolvimento das tecnologias, a Cobli vem mais do que dobrando de tamanho a cada ano, impulsionada por um investimento de R$ 250 milhões liderado pelo Softbank. A empresa atende a clientes em todos os estados do País – o único requisito é ter uma frota mínima de três veículos.
Quando a frota tem mais de dez veículos, a Cobli se propõe a fazer um teste – instala os equipamentos, para que o gestor possa perceber com mais clareza as vantagens do sistema. “Depois dessa experiência, a taxa de conversão é altíssima, pois as vantagens ficam muito claras”, diz Mourad.
Saiba mais sobre os serviços oferecidos pela Cobli: clique aqui. (Estadão Bue Studio/Mobilidade/Cobli)