Brasil busca investidor externo para a produção local de chips

AutoIndústria 

 

Ao divulgar os dados do setor automotivo nesta última sexta-feira, 9, o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, mostrou-se otimista quanto à possibilidade de o Brasil vir a ser um produtor de semicondutores em futuro não muito distante.

 

Entre outras informações, ele revelou que está seguindo neste final de semana para o Japão, juntamente com representantes do governo brasileiro e de outros segmentos industriais, para buscar fabricantes de chips no país asiático interessados em investir no Brasil.

 

“Temos reuniões agendadas no Japão e também promoveremos encontros, mesmo que virtuais, com investidores de outros países da Ásia para discutir esse tema”, comentou o executivo. Ele citou, inclusive, a existência de uma fábrica inoperante em Ribeirão das Almas, em Minas Gerais – a Unitec -, que poderia ser adquirida para acelerar o processo de produção local.

 

O BNDES e o BDMG têm participação na Unitec (foto abaixo), segundo Leite, o que pode favorecer eventuais negociações com os investidores estrangeiros. “Essa viagem ao Japão é a nossa primeira ação concreta com vistas a ter produção local de semicondutores, mas temos outras oportunidades no radar”, garantiu Leite.

 

Ele informou que há algumas instalações no Brasil que foram montadas para fabricar semicondutores e acabaram não funcionando, como é o caso dessa de Ribeirão das Almas, nas proximidades do aeroporto de Confins. Segundo o presidente da Anfavea, o prédio em questão tem todas as condições técnicas para a produção de chips, como, por exemplo, um solo adequado, sem risco de trepidações.

 

A empresa está em processo de recuperação judicial. “Algumas máquinas foram vendidas, mas outras ainda estão lá e em condições de uso. Temos o compromisso do governo brasileiro de que sairá uma regulamentação nas próximas semanas para tornar viável a produção local de semicondutores. Nos comprometemos, inclusive, a levantar os incentivos existentes em outros países como contribuição para a definição de um projeto brasileiro”.

 

Por causa da falta de semicondutores, 24 fábricas de veículos paralisaram atividades este ano no Brasil. com prejuízos à oferta de produtos tanto para o mercado interno como externo. (AutoIndústria/Alzira Rodrigues)