O Estado de S. Paulo
Citando a alta dos juros, além de impactos associados à Copa do Mundo e às eleições, a direção da Anfavea, entidade que representa as montadoras, manifestou “otimismo moderado” em relação às vendas de veículos no restante do ano.
Durante a apresentação dos resultados o mês passado, o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, reforçou a visão de que o abastecimento de peças mostra tendência de normalização, embora não esteja completamente regularizado, mas mostrou preocupação com os efeitos das condições de financiamento mais restritas.
Segundo ele, o mercado vive uma situação atípica na qual apenas 30% das vendas são fechadas a prazo, com uma mudança no perfil do consumidor por conta da saída do mercado daqueles que não conseguem atender às novas condições de crédito.
Juros
O presidente da Anfavea observou que, além da alta dos juros nos financiamentos de veículos para perto de 30% ao ano, os financiamentos estão sendo feitos com entradas de 60% – ou seja, os bancos topam financiar 40% do automóvel. “É algo pesado”, declarou Leite. “Aqueles consumidores que dependiam de crédito deram um passo para trás porque houve maior restrição”, disse.
O executivo disse ainda que o início da Copa do Mundo em novembro, reduzindo o horário de funcionamento das concessionárias nos dias de jogos da seleção brasileira, e as eleições, cujas incertezas têm potencial de contaminar a confiança do consumidor, podem ter algum impacto nos resultados do segundo semestre. (O Estado de S. Paulo/Eduardo Laguna)