Atual geração do VW Golf pode ser a última do hatch médio na história

Jornal do Carro

 

Prestes a completar 50 anos de produção, o Volkswagen Golf – que deixou o Brasil há dois anos – pode estar com os dias contados. Segundo reportagem do portal de notícias alemão Welt, a montadora já trabalha na reestilização da atual 8ª geração do Golf – que ainda não chegou ao Brasil. Entretanto, a empresa já admite que esta pode ser a última geração do hatch médio tal como é vendida hoje, com motores a combustão.

 

De acordo com o CEO da VW, Thomas Schäfer, a fabricante vai avaliar “se vale a pena desenvolver um novo veículo que não dure sete ou oito anos completos”. Para o executivo, uma nova geração do modelo – que nasceu em 1974 – ficaria “extremamente cara” diante da nova realidade, com regras de emissões mais rígidas e o rápido avanço dos carros elétricos.

 

Desse modo, o CEO admitiu que a marca trabalha em cima de um novo Golf. Contudo, disse que o destino do hatch será decidido dentro de um ano. Ou seja, há apenas 50% de chances de o Golf ultrapassar a 8ª geração (lançada em 2019), afinal, a União Europeia quer apenas veículos com zero emissão a partir de 2030. Pelas contas, o atual modelo vai até 2028.

 

Elétricos no lugar de combustão

 

Para o CEO, os veículos elétricos devem dominar os segmentos menores, afinal, devem ficar mais acessíveis do que os modelos a combustão. A tendência é, de fato, que as baterias caiam de preço e, assim, aumentem o poder de compra do consumidor final.

 

Schäfer estima, ainda, que o Euro 7 – que entra em vigor a partir de 2025 – incremente os custos de produção. A estimativa é que os gastos cresçam entre 3.000 e 5.000 euros por veículo. Essa conta, portanto, não fecha quando se fala em modelos mais acessíveis. Assim, a tendência é abandonar os exemplares desse segmento alimentados por combustão. Afinal, vão encarecer devido às normas mais apertadas de emissões.

 

Em contrapartida, os elétricos deverão baixar de preço progressivamente, à medida que o custo das baterias cai (por mais volumes de produção ou adoção de novas tecnologias). Por isso, a VW já admitiu querer modelos como ID.1 e o ID.2 na família ID. Respectivamente, mini hatch e mini SUV na faixa entre 20.000 e 25.000 euros, jogando, de vez, o Golf para escanteio. (Jornal do Carro/Vagner Aquino)