VW Polo Track estreia família de compactos

Jornal do Carro 

 

A Volkswagen está próxima de concluir a modernização da fábrica de Taubaté, no interior de São Paulo, para receber a plataforma modular MQB. Segundo o gerente Vilque Rojas, “as obras de adequação estão aceleradas e mais de 90% já foi executado”. A unidade recebeu novos equipamentos, como soldas a laser e mais de 80 robôs de última geração. Lá será feito o Polo Track, que substituirá o veterano Gol logo no início de 2023. Mas não é só. O hatch será o primeiro de uma “nova família de compactos do segmento de entrada”.

 

O Polo Track é a versão simplificada do atual Polo, que terá reestilização em breve no País. Entretanto, apesar de mais “barato”, o novo hatch terá chapas mais rígidas e resistentes a impactos, e dispositivos eletrônicos como o controle de estabilidade (ESC). Este é um dos itens que forçará a aposentadoria do Gol no fim deste ano. Afinal, a partir de 2024, o sistema, que também atende pela sigla ESP, de Programa Eletrônico de Estabilidade, será obrigatório em todos os carros novos.

 

Família de compactos

 

Com o Polo Track, a VW vai estrear uma nova linha de carros nacionais. Atualmente, os populares Gol, Voyage e Saveiro são os únicos modelos da marca alemã na América Latina que ainda usam a base PQ24. Essa arquitetura estreou no Brasil em 2002, há exatos 20 anos, com a 4ª geração do Polo. Ou seja, a adoção da plataforma MQB vai reduzir custos, uma vez que todos os novos carros terão a arquitetura já usada por Polo, Virtus, Nivus e T-cross. E atenderá futuras exigências de segurança.

 

Além do Polo Track, a Volkswagen vai produzir em Taubaté a nova geração da picape Saveiro e um mini SUV inédito, que pode resgatar o nome Gol. Ele será posicionado abaixo de Nivus e T-cross, como o SUV de entrada da marca alemã, e tem estreia prevista para 2024. Já a nova geração da Saveiro é esperada para 2025 e deverá chegar já com o conjunto híbrido flex “ETSI”.

 

Motor do Gol

 

Para ter preço de hatch de entrada, o Polo Track virá com o conjunto mecânico do Gol e do Voyage. Ou seja, motor 1.0 MPI flex aspirado de 3-cilindros e câmbio manual de cinco marchas. Com gasolina, rende 77 cv de potência e 9,6 mkgf de torque a 4.000 rotações por minuto. Já com etanol são até 84 cv e torque de 10,4 mkgf a 3.000 rpm. Nas versões mais caras, a expectativa é pela oferta do motor 1.0 turbo flex que equipava o Up! TSI. Ele voltará com a sigla “170 TSI” na reestilização do Polo. No subcompacto, com câmbio manual, gerava 101 cv com gasolina e até 105 cv com etanol, e torque de 16,8 mkgf com ambos os combustíveis a partir de 1.500 rpm.

 

Projeções

 

Os desenhos que ilustram esta página foram feitos pelo designer Kleber Silva para o Jornal do Carro. Por ser uma versão do Polo atual, o novo hatch de entrada é o mais próximo das linhas finais. Por fora, terá poucas alterações e vai manter o visual conhecido do modelo. Já a nova Saveiro tem inspiração no crossover Nivus e mostra a frente alinhada com o estilo mais recente da Volkswagen. Por fim, o mini SUV terá inspiração nos carros elétricos da linha ID, em especial o hatch ID.3.

 

Mas e o Voyage? A princípio, o sedã compacto não terá uma nova geração. O modelo atual sairá de linha até o fim do ano sem deixar substituto.

 

Futuro híbrido

 

A VW planeja eletrificar toda a sua gama de veículos a partir de 2025, quando o Brasil terá limites mais rígidos de emissões. Por isso, a marca trabalha na criação de um sistema híbrido flexível no País. É certo que os futuros compactos nacionais terão a mecânica mais ecológica. Mas isso só deve acontecer a partir de 2025, quando a montadora dará início a uma ofensiva nesse mercado, com tecnologia local. O sistema faz parte do investimento de R$ 7 bilhões na região da América Latina entre 2022 e 2026. A marca desenvolve uma opção eletrificada com base no uso do etanol. (Jornal do Carro/Diogo de Oliveira)