O Estado de S. Paulo
Em franca expansão, o mercado de carros elétricos deve dar nova força ao crescimento da Weg, permitindo que a empresa ofereça produtos e serviços em diversos pontos da cadeia da chamada mobilidade elétrica. A afirmação é do diretor-presidente, Harry Schmelzer Júnior. “Essa tendência é irreversível. Uma parcela importante de veículos de carga ou transporte de pessoas nos grandes centros pelo mundo será dos elétricos.”
Tamanha oportunidade faz os investidores apostarem na valorização da Weg, que ficou em primeiro lugar no Prêmio Broadcast Empresas, realizado pela Agência Estado em parceria com a Escola de Economia de São Paulo, da Fundação Getulio Vargas. A premiação é referente ao ano de 2021, quando, mesmo diante de condições adversas de mercado, a receita da empresa cresceu 34,9% em comparação com 2020.
Na última quarta-feira, aweg divulgou os resultados do segundo trimestre de 2022. No período, mesmo diante do aumento de custos de commodities, energia e logística, registrou receita operacional líquida de R$ 7,185 bilhões, avanço de 25% ante o segundo trimestre de 2021. No semestre, a receita cresceu 29,5%, para R$ 14,013 bilhões.
O lucro líquido da empresa, por outro lado, caiu 19,5% no trimestre em comparação com o mesmo período do ano passado, totalizando R$ 912,6 milhões. Considerando os seis primeiros meses do ano, o lucro foi de R$ 1,856 bilhão, redução de 2,2% ante 2021.
A expectativa para 2022, segundo Schmelzer, é positiva, apesar das previsões de crescimento em ritmo menor para o Produto Interno Bruto (PIB).
O otimismo, diz o executivo, é puxado pelos segmentos de novos negócios e pelas exportações. Ele afirma que esse cenário faz a Weg seguir com o plano para 2022, que prevê o aporte de R$ 1,5 bilhão em modernização e automação industrial, robotização das operações e ampliação da capacidade de produção no País. “Colocaremos esforços no desenvolvimento de produtos mais eficientes”, diz Schmelzer, citando motores elétricos, processos e serviços voltados à indústria 4.0, sistemas de armazenamento de energia por baterias, tração elétrica para ônibus e caminhões e sistemas para recarga de baterias para veículos elétricos.
A Weg também está de olho em capturar oportunidades em seus segmentos tradicionais de atuação na área de energia, como distribuição e geração, uma vez que essa tendência demanda redes mais robustas e maior produção de eletricidade. Na avaliação de Schmelzer, o País tem condições de ocupar lugar de destaque nesse segmento.
Mercado
Segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), em 2021, os automóveis elétricos e híbridos responderam por 1,8% das vendas de veículos leves, mas, em 2035, podem responder por até 65% dos emplacamentos no País.
Nesse cenário, a Weg tem atuado no fornecimento de sistemas de tração elétrica e armazenamento em baterias para os automóveis. Na outra ponta dessa cadeia, a empresa vislumbra oportunidades na fabricação de equipamentos para estações de recarga e infraestrutura de rede para atender aos eletropostos.
No Brasil, a companhia já tem parceria para ser fornecedora oficial de montadoras como Renault, Peugeot, Citroën, Jeep e Fiat. No exterior, iniciou a exportação para a Argentina, para atender a veículos elétricos do Grupo Stellantis. (O Estado de S. Paulo/Wilian Miron)