Greve na fábrica da Renault completa uma semana sem avanços

AutoIndústria

 

A greve dos metalúrgicos da Renault completou uma semana na sexta-feira, 13. Sem avanços na negociação, a fábrica de São José dos Pinhais, PR, base produtiva dos veículos Kwid, Captur, Duster e Master, permanece com suas linhas paralisadas e cerca de 5 mil funcionários em casa.

 

Assembleia dos trabalhadores, marcada para a quinta-feira, não foi realizada. Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC), o adiamento porque a montadora alegou que ainda não tem autorização da matriz para dar continuidade nas negociações de Participação nos Lucros Resultados e data-base”.

 

O sindicato organiza a assembleia agora para a segunda-feira, 12. “Certamente, estamos contando com o bom senso da empresa para podemos estabelecer uma nova condição de salários e PLR e formatarmos um acordo por mais dois anos, retificando o acordo anterior”, afirma Sérgio Butka, presidente do sindicato.

 

Na manhã da sexta-feira, 6, os metalúrgicos decidiram iniciar greve por tempo indeterminado. A paralisação na linha de produção é uma resposta principalmente à Participação nos Lucros e Resultados, afetada pelos ajustes da montadora nas bases do acordo de flexibilidade e competitividade firmado em 2020”, justificou então o sindicato.

 

A entidade lembrou que desde 2020 cerca de 2 mil teriam optado pelo programa de demissão voluntária e que de lá para cá a velocidade da linha de produção baixou dos 60 veículos por/hora em dois turnos para 52 por hora e 27 por hora em turno e meio.

 

Esse quadro, defendem os trabalhadores, dificulta o cumprimento das metas acordadas para a PLR e que envolve a produção de 198 mil veículos em um ano. “Mesmo atingida essa produção, o valor total projetado da PLR (R$ 15.400,00) está fora da realidade de negócio da empresa, que aumentou o preço do carro em mais de 30% em 2 anos.”

 

“O objetivo do acordo era de manter os empregos e aumentar a competitividade da montadora. A empresa atingiu os seus objetivos, mas, por outro lado, não manteve emprego, reduziu direitos, salários e PLR”, diz Butka. (AutoIndústria)