Governo federal prevê aeromóvel entre CPTM e Aeroporto de Cumbica até 2024

O Estado de S. Paulo

 

O termo para a implantação de transporte ferroviário até o Aeroporto de Cumbica foi assinado ontem. As obras devem durar 24 meses, com início previsto para janeiro. O sistema escolhido foi o aeromóvel.

 

O termo aditivo para a implementação de um transporte ferroviário que ligará o Aeroporto de Cumbica com Estação Aeroporto-Guarulhos da CPTM, na região metropolitana de São Paulo, foi assinado na manhã desta quarta-feira. As obras terão duração de 24 meses, com início previsto para janeiro, segundo o Ministério de Infraestrutura.

 

O documento foi assinado em conjunto com a concessionária GRU Airport, que será responsável pela construção e operação do chamado Automated People Mover (APM). A ligação será feita por um aeromóvel, tecnologia gaúcha de transporte automatizado que opera em Porto Alegre, na ligação do Aeroporto Salgado Filho com uma estação de trem urbano (o chamado Trensurb).

 

Prevista para a Copa do Mundo de 2014, a estação de trem foi inaugurada em 2018 em meio a críticas por não ter uma ligação direta com o aeroporto. O acesso até os terminais é feito por uma linha circular de ônibus e leva cerca de dez minutos, sem contar o tempo de espera.

 

Segundo o ministério, as obras terão custo previsto de R$ 271,7 milhões, mas o valor será abatido da outorga anual paga pela concessionária ao governo, como foi anunciado em 2019. O novo sistema terá ligação com os três terminais do aeroporto, chegando a 2.731 metros de extensão. A operação ocorrerá com três veículos, com capacidade de transportar até 200 usuários por vez.

 

A estimativa é de atender até 2 mil pessoas por hora, com tempo de viagem, baldeação e espera estimado em 6 minutos. Ainda segundo o governo os veículos incluirão espaço para acomodar bagagens e terão sistema de internet Wi-fi.

 

No aeromóvel, os veículos ficam em uma via elevada sustentada por vigas e pilares pré-fabricados, semelhante à estrutura do monotrilho. O transporte é de propulsão pneumática, em que o ar é pressurizado por ventiladores elétricos dispostos em um duto, que, por sua vez, impulsiona o movimento das rodas de aço sobre os trilhos.

 

O evento de assinatura faz parte do “Setembro Ferroviário”, que envolve outras solenidades voltadas à autorização de construção de novas linhas férreas. A presença do presidente Jair Bolsonaro chegou a ser anunciada, inclusive coma abertura de credenciamento para jornalistas na semana passada, masa participação foi suspensa por motivo não informado. O secretário executivo do Ministério de Infraestrutura, Marcelo Sampaio, foi designado para assinar o termo.

 

Em rede social, o secretário de Transportes Metropolitanos de São Paulo, Alexandre Baldy, chegou a apontar que as obras levarão 18 meses, porém a duração divulgada oficialmente pelo governo federal e pela concessionária responsável é de 24 meses. Em agosto, a CPTM assinou o contrato de extensão da Linha 13- Jade (que hoje inclui as Estações Aeroporto Guarulhos, Guarulhos-cecap, Engenheiro Goulart, Tatuapé, Brás e Luz) até a Barra Funda. Com valor de R$ 158 milhões, a obra tem duração estimada de 36 meses. (O Estado de S. Paulo/Priscila Mengue e Amanda Pupo)