Exportações de veículos desaceleram no segundo semestre

AutoIndústria

 

Mesmo com a natural recuperação frente ao desempenho do ano passado, muito afetado pelas medidas de restrições para evitar a disseminação da Covid-19 tanto no Brasil como nos principais mercados consumidores, as exportações brasileiras de veículos brasileiros ainda estão, em unidades, bem distantes do ritmo pré-pandemia.

 

Olhando para os 253,3 mil automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus embarcados de janeiro a agosto, 43,5% a mais do que em igual período do ano passado, não deixa de ser um saldo a ser comemorado num primeiro momento. Entretanto, ele representa recuo acima de 17% sobre os embarques dos oito primeiros meses de 2019 e quase a metade do registrado em 2018, quando mais de 484 mil veículos foram exportados de janeiro a agosto.

 

E a recuperação das exportações, a exemplo da produção e vendas internas, também vem diminuindo sua velocidade a partir do terceiro trimestre. Se até junho a média mensal de embarques ficou no patamar de 33 mil, entre julho e agosto caiu para 26,5 mil.

 

O motivo, aponta a Anfavea, é a própria debilidade na produção brasileira, impactada por seguidas paralisações das fábricas, que não dispõem de componentes, sobretudo eletrônicos, para dar conta dos pedidos. “Mercados como Chile, Colômbia e Peru seguem em boa recuperação”, pondera Luiz Carlos Moraes, presidente da entidade, sugerindo que o quadro das vendas externas poderia ser bem mais favorável.

 

Em valores, porém, as montadoras contabilizam ligeiro crescimento até mesmo sobre os primeiro oito meses de 2019. Foram faturados US$ 4,9 bilhões em 2021 versus US$ 4,8 bilhões dois anos antes. A comparação com o saldo de janeiro a agosto de 2020 é, claro, muito superior: crescimento de 54,9%.

 

Moraes justifica essa aparente contradição com a mudança do mix dos veículos exportados para produtos de maior valor agregado, como versões mais sofisticadas de automóveis e caminhões.

 

Em agosto, seguiram para outros países 29,4 mil automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus. O número é 24% maior do que em julho e 5,5% acima do total embarcado em igual período do ano passado. (AutoIndústria/George Guimarães)