Os chineses estão de olho no mercado brasileiro

Isto É Dinheiro

 

O ano de 2021 foi marcado, no mercado automotivo brasileiro, pela saída da Ford, que fechou as suas duas fábricas ainda em operação no País. A montadora americana, que produzia automóveis no Brasil desde 1967, alegou ter anos seguidos de prejuízos para encerrar as operações. A notícia mais ilustrativa de como está mudando este mercado, contudo, foi dada nesta semana: a montadora chinesa Great Wall, a maior do gigante asiático, anunciou a compra da fábrica de carros da Mercedes-Benz, em Iracemápolis, no interior paulista.

 

Essa fábrica da Mercedes produzia apenas o sedã Classe C e o utilitário esportivo GLA, veículos destinados ao segmento premium do mercado, que encolheu no Brasil com a recessão de 2020. A montadora alemã optou por fechar a fábrica em dezembro do ano passado. O setor automotivo brasileiro como um todo, afetado pela queda no consumo do ano passado, por causa da recessão provocada pela pandemia, continua agonizante em 2021. Estimativas de mercado projetam que a indústria brasileira, agora atingida pela falta de microchips, deverá produzir apenas 2,1 milhões de veículos neste ano – muito abaixo da capacidade de produção, que é de 5 milhões de unidades.

 

Neste contexto em que Ford e Mercedes-Benz abandonaram a produção local de automóveis, é bem-vinda a chegada da chinesa Great Wall. Os chineses ainda estão dispostos a disputar fatias de um mercado que algumas montadoras americanas e europeias não têm mais fôlego ou projetos para atender. Além de abrir postos de trabalho, a Great Wall trará novos produtos, aumentando a concorrência em um mercado com poucas novidades. (Isto É Dinheiro/André Lachini)