Autônomos respondem por 57,2% do consórcio de caminhões

AutoIndústria

 

Em contraste com a queda de 12,3% nas vendas de caminhões no acumulado de 2020, a demanda por novas cotas de consórcio nesse segmento cresceu 14,7% no ano, totalizando 108,8 mil adesões, ante as 94,8 mil de 2019. Com 57,2% de participação, os caminhoneiros autônomos são os principais clientes dessa modalidade de compra.

 

Os dados constam de pesquisa específica do segmento de pesados divulgada nesta terça-feira,23, pela Abac, Associação Brasileira das Administradoras de Consórcio, que mostra ainda a predominância dos caminhões pesados entre os bens mais procurados no segmento, com fatia de 49,5% das vendas. Na sequência vêm os médios (23,5%), leves (23,4%) e extrapesados (3,6%).

 

De acordo com a assessoria econômica da entidade, a pandemia da Covid-19 acabou favorecendo a venda de bens ligados ao transporte e ao agronegócio. “Devido ao isolamento social, aumentou a necessidade de reabastecimento do comércio em geral, principalmente dos supermercados e das vendas on-line, o que movimentou a área de transporte, tanto com os extrapesados, cruzando as rodovias, como com os leves nas áreas urbanas”, avalia a Abac.

 

Paulo Roberto Rossi, presidente executivo da associação, diz que os resultados demonstram que, além da potencialidade de mercado, houve evolução comportamental do transportador quanto à forma de adquirir esses veículos, seja pessoa jurídica ou autônomo.

 

Dentre as peculiaridades do sistema de consórcio ele destaca o custo final baixo, prazos longos de pagamento e aproveitamento de até 10% do crédito para despesas com documentação, tributos e seguro.

 

Por região, a maior demanda por essa modalidade de venda na área de pesados concentra-se na região Sudeste, que tem 51,2% de participação, seguida do Sul, com 18,5%. Centro-Oeste, Nordeste e Norte, com 7,5% responderam, respectivamente, por 12,8%, 10% e 7,5%.

 

No que diz respeito aos implementos agrícolas, também contemplados no segmento de pesados, as maiores procuras são pelos bitrens e graneleiros, com 12,5% cada, seguidas pelos baús, com 10%. Na sequência vêm basculantes, carga seca, tanques, frigoríficos, pranchas, rodotrens, canavieiros, cegonheiros e cargas vivas, entre outros, com percentuais inferiores, somando 65%.

 

“Mesmo com as dificuldades enfrentadas durante o ano passado, pode-se notar evolução do consumidor que, a partir de maior conhecimento da essência da educação financeira, passou a planejar mais, evitar as compras por impulso e só assumir novos compromissos financeiros quando capazes de cumpri-los, utilizando o consórcio como forma de crescer, renovar ou mesmo iniciar um novo negócio”, complementou o presidente da Abac. (AutoIndústria)