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Após cinco meses de pandemia, já é perceptível, mesmo que lenta, a retomada da economia. Setores como varejo e tecnologia, por exemplo, estão reagindo bem às expectativas do mercado. No entanto, a indústria automobilística está indo na contramão da recuperação financeira.
De acordo com a pesquisa realizada pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (ANFAVEA), o mês de julho deste ano teve uma queda de 29% nas vendas de carros, comparado com 2019.
O estudo, também, demonstra que, nos sete primeiros meses, houve uma redução de 48,3% na fabricação de automóveis e 36,6% nas vendas, em relação ao ano anterior. “No primeiro trimestre de 2020, fabricamos e vendemos, em média, 3 milhões de veículos. Hoje, temos um aumento de carros nas concessionárias e fábricas”, afirma Luiz Carlos Moraes, presidente da ANFAVEA, em coletiva de imprensa.
Para tentar sobreviver, as montadoras estão oferecendo diversas promoções para tentar atrair compradores. A Renault, por exemplo, está com o desconto de, aproximadamente, R$4,5 mil para o Logan Life 1.0; já a Hyundai está reduzindo o valor de quase R$6 mil no Creta Attitude 1.6; a FIAT está abatendo, em média, R$25 mil do Toro Endurance 2021; a Volkswagen está sugerindo o pagamento da primeira parcela do financiamento do automóvel para o início de 2021 e a Nissan anunciou a campanha “Compromisso Nissan” que oferece a possibilidade do cliente não pagar as 12 primeiras parcelas do automóvel.
Comprar carro não é prioridade do momento
O aposentado, Flávio Bertonha, 57, estava pensando em trocar de automóvel no mês de março, porém, com a quarentena, optou por desistir, acredita que momento seja de cautela e está preocupado com a situação financeira. “Mesmo com todas as ofertas de desconto, só vou pensar em trocar no fim da pandemia e com a melhora da economia, agora não é o momento”.
Alexandre Jorge Chaia, especialista em finanças pessoais, acredita que financiar um automóvel se tornou uma vontade para o futuro. “Comprar um carro nunca foi e não será prioridade, principalmente, neste contexto”.
Para Chaia, a recuperação da confiança econômica deve acontecer no último trimestre do ano. (Yahoo Finanças/Artur Nicoceli)