Abeifa refaz projeção e agora espera queda de 15% de importados

AutoIndústria

 

Encerrado o primeiro semestre com recuo de 29% nos negócios, os importadores de veículos associados à Abeifa já têm uma certeza para o encerramento de 2020: em vez da projeção inicial de crescimento da ordem de 23%, as vendas no ano ficarão na faixa de 30 mil unidades, 15% abaixo das de 2019.

 

A nova projeção anual foi revelada nesta quarta-feira, 16, por João Henrique Oliveira, presidente da entidade que reúne 15 marcas, responsáveis pela venda de 11,4 mil automóveis e comerciais leves de janeiro a junho. O cálculo, assim, leva em conta um segundo semestre de recuperação parcial, com algo próximo de 19 mil licenciamentos.

 

Mesmo assim, confirmada a nova previsão, o setor registrará seu pior resultado desde 2017, quando foram contabilizados 29,7 mil emplacamentos. E este é o melhor cenário, considerando um dólar médio no ano de R$ 5,10 e sem qualquer agravamento do atual quadro macroeconômico e da pandemia da Covid-19.

 

Os importadores, segundo Oliveira, ainda não registraram números relevantes de demissões ou fechamentos de pontos de venda. Mas, contabilizados os números do primeiro semestre e com as expectativas para os próximos meses, poderão começar a rever suas estruturas.

 

Com estoques a preços antigos suficientes para não mais do que três semanas, o dirigente lembra que naturalmente os importadores terão de repassar ao consumidor final a grande valorização do dólar no ano, o que pressionará ainda mais os números de vendas daqui para frente.

 

A Abeifa espera que o governo se sensibilize com esse quadro e acolha sua solicitação de redução da alíquota do imposto de importação dos atuais 35% para 20%, do IPI incidente sobre os veículos importados, e de concessão de linha de crédito para o capital de giro para os importadores, seus fornecedores de autopeças e redes de concessionárias, além da suspensão, por no mínimo 120 dias, de pagamentos de tributos federais.

 

Do contrário, a entidade não descarta vendas ainda menores. “E se não ocorrerem mudanças, podem surgir até mesmo questionamentos sobre a continuidade de operações”, alerta Oliveira. (AutoIndústria/George Guimarães)