AutoIndústria
Apenas um ano depois de ser apresentada, na Agrishow 2019, como um grupo de empresas interessadas em desenvolver a conectividade no campo, a ConectarAGRO se tornou oficialmente a partir deste mês, uma associação civil sem fins lucrativos.
A nova estrutura permite que mais empresas, desde startups até gigantes globais e com o mesmo propósito, se unam ao grupo original formado por CNH Industrial, AGCO, Jacto, Solinftec, Climate-Bayer, Nokia, TIM e Trimble.
Gregory Giordan, diretor de Agricultura de Precisão da CNH Industrial, foi eleito presidente da entidade para um mandato de dois anos. Segundo o dirigente, 35 empresas de diversos segmentos já manifestaram interesse na filiação e, em breve, receberão os procedimentos para isso.
Giordan calcula que, desde sua criação até o encerramento do ano passado, a ConectarAGRO já propiciou internet, via banda larga 4G de 700 MHz, a perto de 50 mil propriedades rurais – 90% delas com até 100 hectares – que somam 5,1 milhões de hectares em 218 cidades de oito estados, além de 24 mil quilômetros de estradas vicinais e rodovias. O objetivo para 2021, porém, é quase triplicar essa área: 13 milhões de hectares cobertos.
Para ter máquinas, sistemas, coisas e pessoas conectadas, o produtor rural contará com projetos customizados, de acordo com a área a ser coberta, relevo da propriedade ou mesmo tipo de cultura. O custo é o equivalente a meia saca por hectare, como prefere definir a entidade. Em regiões mais planas, porém, pode ser a metade disso.
De qualquer forma, a associação garante que o retorno do investimento, que também pode ser compartilhado em uma cooperativa, por exemplo, é rápido, em particular pela maior eficiência e produtividade nos processos e nas operações de equipamentos e maquinário, que passam a ser acompanhados em tempo real.
“A conectividade muda a vida das pessoas. Ela pode transformar a eficiência do agronegócio, promover a inclusão digital para quem vive no campo, propiciar a integração logística nas vias de transporte e alavancar outros setores cujas atividades estão em áreas remotas”, lembra Riordan.
A associação também quer ampliar a conectividade entre modais de transportes de forma a garantir maior rastreabilidade de cargas, para que ela saia do campo e chegue aos mercados e portos sem ineficiências e, consequentemente, com menores custos.
A ideia da ConectarAGRO, em um segundo momento, é estender sua atuação também para os países vizinhos. A escolha do 4G de 700 MHz atende também essa ambição, já que está disponível na quase totalidade do território da América do Sul. (AutoIndústria/Guimarães)