O Estado de S. Paulo/W. Post e Agência AFP
O Departamento de Estado dos EUA publicou em seu site e no Twitter uma oferta encorajando a contratação de médicos e enfermeiros “que buscam trabalho no EUA ou querem trocar o visto de visitante, principalmente os que estão lidando com a pandemia de coronavírus”.
O anúncio indica que os profissionais que já estão nos EUA com esse tipo de visto podem falar com as autoridades sobre a possibilidade de estendê-los. A notícia provocou o temor de que os EUA estejam tentando tirar médicos de países que já estão sofrendo com a pandemia do coronavírus e poderiam ficar sem mão de obra qualificada em um momento de extrema necessidade.
O serviço de vistos nas embaixadas americanas no mundo todo foi suspenso no dia 20 e a maioria das sedes diplomáticas dispensou seus funcionários. Em outra mensagem, divulgada na quinta-feira, o Departamento de Estado anunciou a realização de entrevistas pessoais para vistos H-2 (que incluem médicos).
O Departamento de Estado esclareceu ontem que o pedido se aplica somente aos indivíduos que já têm “certificado de elegibilidade” para seus vistos – e não era um meio de convidar outras pessoas a solicitar o visto. Não ficou claro, no entanto, se governo americano estava passando na frente na fila de vistos as pessoas com capacidade para atender pacientes contaminados com o coronavírus.
O anúncio inicial provocou revolta nas mídias sociais, entre pessoas do mundo todo, que acusaram o governo dos EUA de promover uma potencial debandada de médicos e enfermeiros de países com sistemas de saúde mais fracos.
Outros analistas destacaram o quão difícil é obter esse tipo de visto, que às vezes pode levar anos para ser aprovado, pois as regras podem ser mudadas drasticamente em momentos de crise.
Equipamento
Na sexta-feira, 27, a pandemia avançou mais nos EUA, que romperam a barreira dos 100 mil infectados. O presidente, Donald Trump, pediu às montadoras Ford e General Motors que comecem “imediatamente” a produzir respiradores para responder à disparada da demanda. As primeiras unidades estarão disponíveis a partir de abril, disseram a General Motors e a Ventec Life Systems, em comunicado. (O Estado de S. Paulo/W. Post e Agência AFP)