Portal Exame
Na última sexta-feira, 20, a indústria automobilística do Brasil começou a se articular para estudar a possibilidade de aproveitar a capacidade ociosa das fábricas para produzir ventiladores pulmonares, fundamentais para atender pacientes com coronavírus em estado grave, e até leitos hospitalares.
Fontes próximas à Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) relataram com exclusividade à EXAME que nada impede que as montadoras ajudem a produzir equipamentos essenciais para a área de saúde nesse momento, mesmo porque muitas estão com a capacidade ociosa.
O setor está em contato com o governo federal e secretarias de saúde estaduais para analisar quais aparelhos seriam mais importantes para aumentar a capacidade de atendimento às pessoas infectadas pelo coronavírus nesse momento.
A Anfavea é a entidade que reúne todas as empresas fabricantes de autoveículos, máquinas agrícolas e rodoviárias autopropulsadas com instalações industriais e produção no Brasil.
Desde a última semana, montadoras como a GM e a Mercedes-Benz anunciaram a paralisação de suas atividades. Nesta segunda-feira, 23, a previsão é que a Ford também pare sua produção. A intenção é resguardar os milhares de funcionários que trabalham nas unidades produtivas.
A fabricação de ventiladores e outros equipamentos da área de saúde exigiria menos mão de obra. Com linhas de montagem automatizadas e tecnologia de ponta, as montadoras podem dar conta do recado, diz a Anfavea.
Nos Estados Unidos, a Ford, GM e Tesla se prontificaram a ajudar na fabricação de ventiladores e outros equipamentos hospitalares fundamentais para o tratamento de portadores do coronavírus.
“Com maior produtor de veículos da América, a Ford está pronta para ajudar o governo em qualquer forma que pudermos, incluindo a possibilidade de produzir ventiladores mecânicos e outros equipamentos”, disse a Ford, em comunicado, na última semana. (Portal Exame/Carla Aranha)