O Estado de S. Paulo
Além de a indústria brasileira ter crescido 0,9% entre dezembro e janeiro, como mostrou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), houve recuperação generalizada do setor, que alcançou 13 dos 15 locais objeto da Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF Regional) do IBGE. Este é um sinal positivo da retomada industrial verificada no primeiro mês de 2020, sem que se saiba se a indústria continuará crescendo no semestre, tais os obstáculos impostos pela crise do novo coronavírus.
Com alta da produção de 2,3% tanto em relação a dezembro como a janeiro de 2019, o Estado de São Paulo liderou a alta. Também contribuiu para o avanço a produção do Rio de Janeiro, do Rio Grande do Sul e de
Minas Gerais, nos três casos envolvendo Estados com indústria mais desenvolvida. Mas as maiores altas foram registradas na Bahia (+10,3% em relação a dezembro de 2019) e em Pernambuco (+8,7%, em igual período de comparação). Nestes casos, a retomada foi facilitada pelos níveis baixos de comparação. Números negativos foram observados em janeiro somente no Pará e Mato Grosso.
Tradicionalmente crítico da política para o setor secundário, o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) considerou positivos os números de janeiro. Segundo os especialistas do Iedi, as áreas mais densamente industrializadas conseguiram crescer “num ritmo mais robusto”, embora conseguissem apenas “compensar parcialmente suas quedas anteriores”. Tal é o problema central: o nível de produção não chega ao registrado em outubro de 2019, com poucas exceções.
O crescimento é lento e insuficiente para dar alento à indústria e São Paulo é bom exemplo. Em relação a janeiro de 2019, a indústria paulista cresceu nos itens farmoquímicos e farmacêuticos, máquinas e equipamentos, coque, produtos derivados de petróleo e biocombustíveis, artigos do vestuário e acessórios e produtos não metálicos. Mas houve queda em itens relevantes, como equipamentos de transporte, exceto veículos automotores, equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos, produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos, sabões, detergentes, produtos de limpeza, cosméticos, produtos de perfumaria e de higiene e metalurgia. As perspectivas, acima de tudo, não são claras. (O Estado de S. Paulo)