FCA para fábricas e Itália deve cair mais no ranking dos produtores

AutoIndústria

 

A pandemia do novo coronavírus praticamente parou a produção italiana de veículos esta semana. Ainda que o quadro se reverta com alguma rapidez, o que muitos duvidam, o desempenho das linhas de montagens já está comprometido, no mínimo, no primeiro semestre. O país, assim, deve descer ainda mais no ranking global.

 

País europeu mais afetado pelo surto, a Itália foi apenas o 18º maior produtor mundial em 2019, com 915 mil automóveis e comerciais leves fabricados, 13,8% a menos do que no ano anterior, a maior queda dentre os principais polos da indústria automobilística.

 

A participação da Itália na produção mundial, aliás, vem caindo ano após ano. Em 2000, exatas duas décadas atrás, a indústria italiana fabricou mais de 1,7 milhão de veículos, resultado que a colocava na 7º posição no ranking de países produtores, imediatamente atrás do Reino Unido, com 1,8 milhão, e quase empatada com o Brasil, que fabricara 1,69 milhão de unidades.

 

Respondeu assim por 3 % dos 58,4 milhões de veículos leves fabricados em todo o mundo naquele ano. Em 2019, porém, essa relação caiu dois terços: somente 1% das mais de 91,2 milhões unidades globais saíram das linhas de montagem italianas. À frente da Itália já estão países como Turquia, República Checa, Slováquia e Indonésia.

 

Hoje, a produção local está basicamente concentrada nas unidades fabris da FCA, Fiat Chrysler Automobile. E a montadora decidiu, temporariamente, paralisar totalmente ou diminuir as atividades ao mínimo em suas quatro fábricas italianas.

 

Mas foi além e determinou ainda a higienização de todas as áreas de trabalho e descanso, maior espaçamento dos funcionários nas estações de trabalho e até mesmo nos restaurantes das plantas.

 

Em fevereiro, a FCA já tinha iniciado a implementação progressiva do que prefere chamar de “trabalho inteligente”, nada mais do que fazer com que, a depender da área e função, um número cada vez maior de funcionários trabalhe remotamente, de casa.

 

O próprio CEO da empresa, Mike Manley, tem incentivado que o trabalho remoto seja adotado não só na Europa, mas sobretudo China e também Estados Unidos. “Estamos indo além dos pontos regionais e planejando como isso afetará todas as áreas de nossos negócios em todo o mundo”, afirmou o executivo, que ordenou também o cancelamento de eventos da empresa.

 

Agências internacionais informam que somente a Ferrari, e em ritmo lento, ainda monta seus esportivos, uma atividade quase artesanal e que resulta em poucos milhares de veículos ao longo de um ano.

 

Marca do Grupo Volkswagen, a Lamborghini, outra fabricante de superesportivos, interrompeu as atividades na fábrica de Bolonha há duas semanas. A ideia inicial é retomar o trabalho a partir de 25 de março.

 

“Essa medida é um ato de responsabilidade social e alta sensibilidade para com o nosso pessoal “, afirmou em comunicado Stefano Domenicali, disse o CEO da marca. (AutoIndústria/George Guimarães)