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A General Motors desenvolveu uma luva biônica para aumentar a força e reduzir a fadiga de seus funcionários, principalmente os da linha de montagem. O mecanismo é chamado de Ironhand.
A novidade é similar a uma luva de mecânico, fina e elástica, com alguns motores, uma bateria e uma espécie de “tendão”, que percorre cada dedo com um conduíte flexível e sensores de pressão nas pontas. Os componentes eletrônicos ficam alojados em uma pequena bolsa nas costas ou presa à cintura do usuário.
O dispositivo funciona da seguinte forma: quando o usuário pega um objeto, como uma chave inglesa ou um motor, os sensores de pressão determinam quanta força foi aplicada. Então, o Ironhand automaticamente puxa os cabos apropriados para cada dedo, ajudando a fechar a mão. Quanto mais forte for a pegada, mais força a luva aplica. Além disso, os usuários podem criar perfis customizados pelo aplicativo para Android, IronConnect.
A ideia por trás do Ironhand é permitir que os funcionários movam objetos pesados ou martelem pregos o dia inteiro, sem sofrerem com a fadiga. Com o uso das luvas, uma pessoa pode fazer um esforço mínimo para segurar algo, porque a tecnologia fará o trabalho pesado. Um dos objetivos do Ironhand é reduzir a probabilidade de lesões causadas por esforço repetitivo.
“Atualmente, estamos fazendo testes de durabilidade das luvas na Orion Assembly”, afirmou Andrew Bigelow, ergonomista do grupo sênio da GM. A Orion Assembly é a fábrica onde são produzidos os modelos Chevrolet Sonic, Cruise AV e Bolt EV. “Até agora, Orion é a única instalação a usar as luvas a longo prazo”.
No entanto, as opiniões dos funcionários acerca das luvas são muito divergentes. De acordo com Bigelow, trabalhadores com condições preexistentes, como artrite e outros distúrbios de trauma cumulativo, são mais propensos a aceitar essa tecnologia, que ajuda a compensar a capacidade reduzida. Os mais jovens, no entanto, são mais relutantes, porque não têm problemas nas mãos e não querem carregar o peso extra nas costas ou na cintura, o dia todo.
Para desenvolver a luva biônica, a GM trabalhou com a empresa sueca Bioservo. Ambas as companhias estavam produzindo tecnologias relacionadas, que se uniram nessa parceria. Antes disso, a montadora trabalhou com a Nasa na criação do RoboGlove, um produto essencialmente igual ao Ironhand. Como o equipamento precisava de ajustes, foi aí que a Bioservo entrou na jogada.
A Bioservo fabrica produtos semelhantes, mas o Ironhand é o primeiro sistema robótico de fortalecimento muscular destinado a profissionais e projetado para uso industrial. Os testes na GM começaram em 2018, e o programa foi aprimorado com o feedback dos funcionários.
A GM não é a única a pesquisar esse tipo de tecnologia. Outras montadoras também trabalham em sistemas biônicos. É o caso do dispositivo da Honda, que ajuda a levantar os braços, e do Exoesqueleto Vestível da Hyundai, por exemplo. Além da GM, a Bioservo colabora com outras empresas, como General Electric e Airbus. (Olhar Digital/Roadshow/Vinicius Szafran, editado por Fabiana Rolfini)