Peugeot espera o novo 208 para inverter curva descendente de vendas

AutoIndústria

 

A Peugeot anunciou a chegada de sua inédita picape grande LandTrek, que começa a ser importada no fim do ano, e, bem mais relevante para sua operação latino-americana, encaminha o lançamento da novíssima geração do 208. Produzido em El Palomar, na Argentina, o hatch pequeno é a maior aposta da marca para resgatar seus melhores dias no Brasil, principal mercado da região.

 

Não é preciso uma pesquisa para saber da ansiedade da rede de concessionárias para ter nos showroom o novo 208, que acaba de ser eleito o “Carro do Ano” da Europa. O modelo é o mais importante lançamento da Peugeot no Brasil desde a chegada do crossover 2008, há quase cinco anos, e rapidamente deve contribuir para aumentar o fluxo de clientes nas lojas e participação de mercado, já que representará vendas praticamente adicionais.

 

Isso porque a atual geração do 208, fabricada em Porto Real (RJ), há tempos tem presença quase residual no segmento de hatches pequenos, o maior do País, responsável por 33% das vendas. O 208 somou 5,6 mil emplacamentos em 2019, somente 0,75% do segmento.

 

Ainda assim, foi o segundo carro mais vendido da marca, atrás apenas das 8,7 mil unidades alcançadas pelo 2008. O que indica as dificuldades enfrentadas pela empresa e por seus revendedores. No total, a Peugeot negociou 21,6 mil veículos no Brasil no ano passado, o que lhe garantiu a modestíssima 13ª colocação no ranking de vendas, duas abaixo de 2018.

 

O quadro do primeiro bimestre de 2020 apenas reafirma essa necessidade urgente de novidades na linha. Foram licenciados no período exatos 2.555 automóveis e comerciais leves da marca, 30% a menos do que em igual período de 2019. Perto de 40%, 1,1 mil unidades do 2008, que passou por ligeira atualização estética e deve ganhar sua segunda geração somente em 2021.

 

Do hatch pequeno mesmo, chegaram às ruas 420 veículos apenas, número digno de modelos caríssimos e de marcas sem produção local. Até mesmo o próprio 3008, SUV que a Peugeot importa e oferece por preços próximos de R$ 200 mil, vendeu 275 unidades.

 

Nos dois primeiros meses do ano passado, ainda que modesto diante dos principais concorrentes, o desempenho foi bem melhor: 1,1 mil unidades licenciadas. Ou seja, enquanto o mercado brasileiro recuou, perto de 1%, as vendas do 208 despencaram perto de 60%.

 

Mas a angústia das concessionárias deve acabar em maio, mês mais provável para a chegada da nova geração do compacto, quase certo com opção de motor turbo.

 

Ana Theresa Borsari, diretora geral da Peugeot no Brasil, afirma que o modelo será uma ruptura no segmento de hatches, a exemplo do que ocorreu com 206, primeiro carro da Peugeot fabricado no Brasil a partir de 2001. Ninguém mais do que os próprios revendedores esperam que ela esteja certa. (AutoIndústria/George Guimarães)