AutoIndústria
A segunda geração do Duster, apresentou na última quarta-feira (4) e que começa a ser vendida nos próximos quinze dias, consumiu o que restava do plano de investimentos de mais de R$ 3,2 bilhões da Renault para o Brasil iniciado em 2014. Ricardo Gondo, presidente da operação brasileira, diz que ainda encaminha tratativas com a matriz para um novo aporte.
O executivo, contudo, não revela ainda a ordem de grandeza de valores nem mesmo as prioridades que devem estar contempladas no próximo ciclo de investimentos. “Vamos divulgar tudo isso no segundo semestre deste ano”, despistou Gondo, durante a apresentação do novo utilitário esportivo em Foz de Iguaçu (PR).
Ficam, porém, dicas, já que o pacote de recursos recém-concluído permitiu lançamentos de veículos, como Kwid e Captur, renovação do restante da linha, exceção feita da picape Oroch, e melhorias na fábrica de São José dos Pinhais, inclusive com a inauguração, em 2018, da CIA, Curitiba Injeção de Alumínio, quarta unidade industrial no complexo paranaense e que se dedicada à produção de cabeçotes e blocos de motores.
“O ciclo de um veículo é de seis ou sete anos, com algumas intervenções no meio desse período”, recordou Gondo. Por essa conta, as próximas novidades – já dentro do novo plano de investimentos – devem ser a reestilização, até 2021, do Kwid, líder de vendas da marca e que completará 3 anos em agosto, do Captur, que chegou às revendas no primeiro semestre de 2017, bem como da picape Oroch, que deve adotar estilo assemelhado da nova geração do Duster.
E, com certeza, parte dos futuros recursos que Gondo negocia com a matriz será destinada ao atendimento das normas do Rota 2030, em especial a melhoria da eficiência energética dos modelos fabricados e vendidos no País. Para isso, a empresa trabalha no desenvolvimento do motor turbo 1.3, já disponível na Europa, mas que aqui terá o benefício adicional de ser flex.
Gondo admite que a participação de 10% no mercado brasileiro, projetada no plano global do grupo para ser alcançada até 2022, segue como objetivo da montadora, que deteve 9% no ano passado, seu melhor resultado desde que começou a produzir aqui, em 1998.
“Mas 9% ou 9,5% já são índices muito próximos desses 10%. Creio que o mais importante agora é perseguir maior rentabilidade”, afirma o presidente da Renault do Brasil, no cargo desde o fim de 2018.
O novo Duster tem cerca de 70% de conteúdo nacional, média verificada nos demais veículos fabricados no Paraná. Gondo, assim, diz não ter ainda identificado qualquer problema no fornecimento de componentes chineses em decorrência da crise do coronavirus e que já afetou a produção automotiva em montadoras na Coreia, Japão e até Europa. (AutoIndústria/George Guimarães)