The Verge, New York, EUA
A maior montadora dos EUA gastará US $ 20 bilhões para garantir aos investidores que é sério em abraçar um futuro elétrico
A General Motors apresentou sua estratégia de veículos elétricos ontem, apresentando cerca de uma dúzia de produtos como parte de uma tentativa mais ampla de transmitir aos investidores o quão sério é sobre abraçar seu futuro elétrico.
Além de exibir alguns de seus veículos futuros, a GM revelou uma plataforma modular para veículos elétricos totalmente nova com uma bateria aprimorada chamada Ultio, que pode rodar quase 600 milhas (1000 quilômetros). Muito parecido com a chamada plataforma MEB da Volkswagen, a plataforma GM deve ser flexível e multifacetada, com o objetivo de eventualmente sustentar uma variedade de tipos e formas de veículos.
As novas baterias são únicas devido às “células de grande formato, tipo bolsa”, comparadas às células cilíndricas, que a GM diz que permitem que elas sejam empilhadas vertical ou horizontalmente dentro da bateria. Essas baterias oferecem potência variando de 50 a 200 kWh, o que poderia permitir um alcance de condução de até “400 milhas ou mais”. Os motores projetados internamente suportam aplicativos de tração dianteira, tração traseira, tração nas quatro rodas e tração nas quatro rodas.
A GM alterou a química de suas células de bateria, em um movimento que é diferente da maioria das baterias EV em produção atualmente. A maioria das baterias é fabricada com NCM – níquel, cobalto e magnésio. As baterias de ultio adicionam alumínio – então NCMA – e reduzem o conteúdo de cobalto em 70%. A GM também reduziu em cerca de 80% a quantidade de fiação da arquitetura EV usada atualmente em seus veículos Chevy Bolt. A esperança é que isso reduza os custos das células de bateria abaixo do nível de US $ 100 / kWh e permita que a GM ganhe mais dinheiro ao aumentar sua capacidade de produção de veículos elétricos.
Os EVs movidos a ultio são projetados para carregamento rápido de nível 2 e CC, diz a GM. A maioria terá baterias de 400 volts e capacidade de carregamento rápido de até 200kW, enquanto a plataforma de caminhões da empresa terá baterias de 800 volts e capacidade de carregamento rápido de 350 kW. A GM diz que quer abordar os dois principais pontos problemáticos da propriedade de um veículo elétrico: custo e tempo de carregamento.
O evento pretendia convencer aqueles em Wall Street que estavam nervosos com a capacidade da GM de alcançar Tesla. A empresa de Elon Musk disparou na avaliação, mesmo com a indústria automobilística em geral sofrendo com os crescentes temores de coronavírus. Na terça-feira, o valor de mercado da Tesla ficou em torno de US $ 144 bilhões, mais de três vezes os US $ 45 bilhões da GM. A montadora disse que planeja lançar 20 modelos elétricos até 2023 e divulgará publicamente três desses veículos nos próximos meses: o crossover Cadillac “Lyriq” EV em abril e duas versões elétricas do Hummer da GMC em maio. Isso será seguido “logo depois” pelo Cruise Origin, um veículo compartilhado, elétrico e autônomo, desenvolvido pela Cruise (subsidiária majoritária da GM) e pela Honda.
Todas as quatro marcas da GM – Chevy, Cadillac, GMC e Buick – lançarão novos veículos elétricos. O Cadillac Lyriq será o primeiro veículo construído na nova arquitetura BEV3 da empresa. Em seguida, será apresentado o Hummer EV nos formatos de pick-up e SUV. Também estão por vir um Chevy Bolt EV e EUV atualizados, com uma distância entre eixos mais longa, um crossover compacto da Chevy, dois SUVs da Buick e um sedan Cadillac chamado “Celistiq”. Tudo isso faz parte do plano mais amplo da GM de gastar US $ 20 bilhões em custos de capital e engenharia até 2025.
Em janeiro, a empresa informou que gastaria US $ 2,2 bilhões para modernizar sua fábrica de Detroit-Hamtramck para a produção de veículos autônomos e elétricos. Os trabalhadores de lá recentemente deram uma olhada em alguns dos veículos que serão encarregados de construir, incluindo a Cruise Origin e duas versões do Hummer da GMC, que está sendo ressuscitado como uma picape elétrica. Detroit-Hamtramck será a primeira planta de montagem de veículos elétricos “totalmente dedicada” da GM.
Em dezembro passado, a montadora disse que estava montando uma joint venture com a LG Chem da Coréia do Sul para produzir em massa baterias para carros elétricos, com as duas empresas planejando investir um total de US $ 2,3 bilhões para construir uma nova instalação em Lordstown, Ohio. Essa instalação fornecerá células de bateria para os veículos elétricos fabricados em Detroit-Hamtramck.
Obviamente, tudo isso precisa ser visto no contexto mais amplo da luta por emissões de automóveis. Embora a GM tenha dito que seu objetivo é “zero emissões”, a empresa apoiou o governo Trump para fazer exatamente o oposto. Juntamente com a Fiat Chrysler e a Toyota, a GM apoia os esforços da Casa Branca para eliminar as regras de emissões mais rigorosas da Califórnia, argumentando que o governo federal, e não os estados individuais, deve definir os requisitos. Honda, Ford, Volkswagen e BMW ficaram do lado da Califórnia na batalha. (The Verge/Andrew J. Hawkins)