Na produção, outro recorde da Petrobras

O Estado de S. Paulo

 

O lucro líquido de R$ 40,1 bilhões, o maior de sua história, é um dos números mais exuberantes dos resultados da Petrobrás em 2019. Esse ganho recorde foi, em boa medida, favorecido pela política da empresa de se desfazer de ativos que não compõem sua atividade principal. Em 2019, a Petrobrás vendeu o controle de subsidiárias como a BR Distribuidora, a rede de gasodutos TAG e da distribuidora de gás de cozinha Liquigás. Com esses negócios, a empresa obteve receita de US$ 16,3 bilhões (o equivalente a R$ 71 bilhões) no ano passado. Além disso, desde 2016, no governo de Michel Temer, a Petrobrás vem passando por um processo de transformação cujo objetivo é aumentar sua eficiência, sua produtividade e sua produção, ao mesmo tempo que reduz sua dívida.

 

E vem colhendo resultados desses ajustes.

 

Embora ainda existam sinais de alguma dificuldade no processo de ajuste da empresa, há, além do lucro recorde, outros dados auspiciosos nos resultados apresentados aos investidores na quarta-feira passada. Um dos mais expressivos é o que se refere à produção de óleo e gás e, especialmente, às fontes desses produtos.

 

No último trimestre de 2019, a produção diária média de óleo e gás da Petrobrás foi de 3,03 milhões de barris de óleo equivalente. É um dado notável não apenas porque supera os 3 milhões de barris/dia, mas porque representa aumento de 5% sobre a produção do trimestre anterior e de 14% sobre a de um ano antes.

 

Não parece ser um resultado esporádico. A produção do início de 2020 mantém-se no nível do final do ano passado, segundo o diretor de Exploração e Produção da empresa, Carlos Alberto Oliveira. O resultado vem sendo assegurado pelo aumento expressivo da produção do petróleo do présal. Na média dos últimos três meses de 2019, o pré-sal respondeu por 64% da produção brasileira de óleo; um ano antes, pouco mais de metade (51%) da produção vinha do pré-sal.

 

Outro dado destacado pela empresa é a produção do campo de Búzios, considerado a grande promessa das reservas brasileiras. Em 2018, Búzios respondeu por 1,2% do óleo do présal; em 2019, por 20%.

 

A empresa ainda enfrenta problemas. Sua dívida aumentou no ano passado, o que torna mais difícil alcançar as metas de endividamento fixadas para 2020. E sua receita caiu, por causa do desaquecimento da economia. (O Estado de S. Paulo)