O Bom da Notícia/IG Carros
A Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) projeta um aumento das vendas de automóveis e comerciais leves das atuais 2,79 milhões de unidades em 2019 para 3,01 milhões em 2020, o que representa uma alta de 9,4%. No caso da produção, a estimativa é de que haverá um aumento de 7,3% no ano, passando de 2,95 milhões para 3,16 milhões.
Se forem confirmados os números, 2020 deverá ser mais um ano de leve crescimento seguido, o que vem acontecendo desde 2017, quando a produção foi de 2,74 milhões de unidades. Em gradual recuperação, a indústria automotiva no Brasil vem conseguindo alguns avanços com ajuda das matrizes, que injetaram US$ 24 bilhões no setor entre 2010 e 2019, conforme estudo da Anfavea.
Hoje em dia, levando em conta todo o setor, incluindo caminhões e ônibus, temos 67 fábricas no Brasil em 10 estados. As vendas de importados são 11% do total hoje em dia, mas já foram 24% em 2011, o maior patamar da década. No ranking dos países que mais produzem automóveis o Brasil encontra-se na oitava posição e na sexta se for considerado apenas as vendas, mas já fomos o quarto maior do mundo nesse quesito, entre 2010 e 2014.
Evolução do setor
Dos números divulgados pela Anfavea também é interessante observar como mudou a participação dos vários segmentos nas vendas totais e a evolução dos carros vendidos no Brasil. Há 10 anos, os hatches eram 53% do mercado, ante 40% atualmente. Sedãs e picapes se mantiveram praticamente estáveis. E os SUVs saltaram de 7% em 2010 para 22% em 2019.
Nos últimos 10 anos os carros também ficaram mais caros, certo? Ok, mas um dos fatores explica isso é o aumento do nível de sofisticação dos modelos à venda. Ainda conforme o estudo, no início de década apenas 7% dos carros vendidos no Brasil tinham controle de estabilidade (ESP), ante 44% hoje em dia. No caso da câmera de ré, eram só 2% e hoje 36% e, se for considerado câmbio automático, 12% em 2010 contra 49% em 2019.
Para o futuro, a Anfavea diz que o Brasil precisa acabar com entraves como altas taxas de juros e falta de previsibilidade para que haja um crescimento mais consistente do setor automotivo nos próximos anos. O País também precisa ser mais competitivo em um cenário cada vez mais complexo, com excesso de capacidade de produção a nível global e com novos paradigmas, entre os quais eletrificação, além de modelos autônomos e compartilhados. (O Bom da Notícia/IG Carros)