Diário do Transporte
A Scania tem novidades para 2020: a venda de ônibus movidos a GNV para o mercado urbano e rodoviário.
Para o novo gerente de Vendas de Ônibus da Scania no Brasil, Fábio D´Angelo, a fabricante está vivenciando a mudança no transporte de passageiros para o ecossistema da mobilidade ideal: veículos elétricos. “É o futuro, certamente. Mas antes devemos passar pela tecnologia a gás e biometano. Na Europa foi e está sendo assim. Ainda não há viabilidade econômica do ônibus elétrico no Brasil”, afirma o executivo.
A Scania segue firme no processo de homologação do ônibus GNV e/ou biometano no Brasil, o que depende de três fases: do chassi, da carroceria e do sistema de abastecimento do gás.
A etapa do chassi foi finalizada.
“Acreditamos que o processo completo esteja aprovado neste primeiro semestre. Enquanto isso, seguimos preparando a linha de produção e fazendo os investimentos necessários na fábrica de São Bernardo do Campo. Prevemos que as vendas comecem no segundo semestre de 2020. Teremos opções urbanas e rodoviárias”, revela D’Angelo.
O gerente afirma que com dezenas de demonstrações feitas desde 2014, já foi comprovada a viabilidade na comparação ao diesel. “Levando em conta os atuais preços praticados dos dois combustíveis, a redução do custo por quilômetro rodado pode ser de até 20%”, conta Fábio D´Angelo. “As consultas não param, e temos certeza do potencial de vendas e da cadeia sustentável que está sendo criada. Os operadores urbanos, de linhas rodoviárias e os órgãos gestores buscam uma alternativa viável ao diesel. Eles estão abertos a conhecer, e estamos dispostos a apresentar”, completa.
Três modelos
Segundo a Scania a linha urbana vai oferecer três modelos: K 280 4×2 (de 12,5 a 13,20 metros e capacidade de 86 a 100 passageiros), K 280 6×2 (15 metros, terceiro eixo direcional e capacidade para até 130 passageiros) e o articulado K 320 6×2/2, de 18,6 metros e capacidade para 160 ocupantes.
Na nova linha não são necessárias alterações significativas nos projetos das carrocerias.
As instalações dos cilindros de gás podem ser feitas entre as longarinas do chassi (abaixo do assoalho) ou sobre o teto.
Os motores já serão Euro 6 (o Brasil está no Euro 5). A autonomia será de 300 km.
Caso seja necessária uma autonomia maior, é possível avaliar a colocação de mais cilindros.
Para a linha rodoviária, no primeiro momento o foco será no fretamento e linhas de pequenas distâncias na versão 4×2.
“As outras opções chegarão com o aumento da demanda. Os investimentos são para médio e longo prazo”, conclui Fábio D´Angelo.
Primeiro veículo
O primeiro ônibus do Brasil abastecido a gás gerado a partir do esgoto foi apresentado em Franca, no interior de São Paulo, em 12 de novembro de 2018. E foi um veículo Scania K280 6×2 de 15 metros, que participou de uma demonstração feita em parceria com a Sabesp, a Embaixada da Suécia e a Business Sweden. O Diário do Transporte esteve presente e relatou a experiência. Relembre: Primeiro ônibus do Brasil abastecido a gás gerado do esgoto é apresentado em Franca (SP). (Diário do Transporte/Jessica Marques e Alexandre Pelegi)