O Estado de S. Paulo
A venda de carros novos para locadoras cresceu três vezes mais do que para o consumidor pessoa física nos últimos dois anos, aponta levantamento divulgado na quinta, 6, pela Anfavea, que reúne os fabricantes.
Foram 520 mil unidades vendidas para empresas de locação em 2019, alta de 44% em relação ao volume de 2017. O mercado para o consumidor comum, por sua vez, teve expansão de 14% na mesma comparação, para 1,675 milhão de unidades.
As locadoras, quando compram veículos, negociam diretamente com as montadoras, sem passar pelas concessionárias. Em razão disso e também por comprarem volumes maiores, e não apenas um carro, conseguem descontos atrativos.
Por causa da crise, as locadoras passaram a ter uma demanda mais significativa de motoristas de aplicativo, que, sem conseguir emprego em suas áreas, recorreram ao aluguel do carro para trabalhar em aplicativos e obter alguma renda. Além disso, empresas que contavam com frota própria se desfizeram de seus carros para cortar custos, passando a alugar, resultando em maior demanda para as locadoras.
Queda
A Anfavea informou que sua produção caiu 3,9% em janeiro ante igual mês de 2019. Foram produzidas 191,4 mil unidades no mês passado, em balanço que soma os segmentos de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus. O volume, se comparado a dezembro do ano passado, representa alta de 12,2%, normalmente há aumento mesmo de dezembro para janeiro.
Também houve recuo nas exportações. O número de veículos vendidos ao exterior atingiu 20 mil unidades em janeiro, contração de 20% ante a igual mês do ano passado e de 30,9% na comparação com dezembro. (O Estado de S. Paulo/André Ítalo Rocha)