Ações da Tesla caem 17% devido a fechamento de fábrica na China

O Estado de S. Paulo/Reuters

 

As ações da Tesla fecharam em queda de 17% nesta quarta-feira, 5, contrastando com o cenário dos últimos dias, em que a empresa acumulou alta de 39% na bolsa de valores Nasdaq. A queda acontece após o vice-presidente da Tesla, Tao Lin, anunciar que haverá atraso nas entregas de carros Model 3 previstas para o início de fevereiro, devido ao fechamento da fábrica da empresa na China, em decorrência do surto de coronavírus.

 

Tao Lin fez seu pronunciamento na rede social Weibo. Ele afirmou que a companhia pretende retomar a produção de veículos no dia 10 de fevereiro. A fábrica da Tesla na cidade de Xangai foi fechada temporariamente por uma ordem do governo chinês para conter a doença.

 

“Dada a expectativa de produção de 3 mil carros Model 3 por semana na China, país que permanece em isolamento, acreditamos que uma redefinição das expectativas no primeiro trimestre é provável e, portanto, precisa ser refletida na avaliação”, afirmou o analista Jed Dorsheimer, do banco de investimento Canaccord à agência de notícias Reuters.

 

O diretor financeiro da Tesla, Zach Kirkhorn, disse na teleconferência trimestral da empresa na semana passada que a fábrica da montadora em Xangai poderia permanecer fechada por uma semana ou até uma semana e meia.

 

Craig Irwin, analista da Roth Capital Partners, disse à agência de notícias Bloomberg que o movimento de queda das ações é esperado: “As ações subiram muito rápido e devemos esperar um período de volatilidade”, afirmou.

 

Analistas consideram que a fábrica da Tesla em Xangai, na China, é parte essencial para a concretização do plano de Elon Musk, presidente executivo da montadora, de fabricar mais de 500 mil carros em 2020.

 

A valorização recente da Tesla, que fez a empresa virar uma montadora de US$ 100 bilhões em janeiro, foi impulsionada por relatórios de analistas do mercado, que veem na empresa potencial para dominar o setor de carros elétricos nos próximos meses. As justificativas para os bons ventos foram as entregas de metas de produção, o lucro e expansão de instalações na China. (O Estado de S. Paulo/Reuters)