Prévia do “PIB do BC” surpreende e sobe 0,18% em novembro

O Estado de S. Paulo

 

Após avançar 0,09% em outubro (dado revisado), a economia teve novo resultado positivo em novembro de 2019. O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) subiu 0,18% em novembro ante outubro, na série com ajuste sazonal, na quarta elevação mensal consecutiva. O resultado surpreendeu analistas do mercado. A mediana das expectativas dos economistas ouvidos pelo Projeções Broadcast era de -0,10% (o intervalo ia de -0,40% a +0,30%).

 

Conhecido como “prévia do BC para o PIB”, o IBC-Br serve como parâmetro para avaliar o ritmo da economia ao longo dos meses. A projeção atual do BC para a atividade doméstica em 2019 é de avanço de 1,2%.

 

O crescimento de 0,18% do IBC-Br surpreendeu mesmo com a revisão para baixo de dados anteriores, pois contrariou todos os dados “fracos” dos grandes setores econômicos (indústria, varejo e serviços), afirma o economista-chefe da Modalmais, Alvaro Bandeira.

 

“Os dados estão muito frágeis. Todos os indicadores vêm mostrando recuperação, mas é lenta e não tão consistente. A retomada está acontecendo, mas vindo de um patamar muito baixo. O IBC-Br traz um alento, mas o País precisa acelerar os ajustes e as reformas para que consiga movimentar a economia mais rápido e atrair investimentos”, avalia.

 

Bandeira não revisou seus números para o PIB após a divulgação do IBC-Br. Para ele, o PIB deve crescer entre 1,1% e 1,2% em 2019 e entre 2,3% e 2,5% em 2020.

 

Para o economista Thiago Xavier, da Tendências Consultoria Integrada, ainda que o IBCBr tenha surpreendido positivamente, as comparações mais longas confirmam a perda de dinamismo mostrada pelos indicadores setoriais. “As medidas mais longas do IBC-Br convergem para uma avaliação de novembro frustrante. E isso surpreende, porque ocorre no quarto trimestre, em que se esperava uma atividade mais forte, em meio aos fundamentos mais favoráveis e ao impulso do FGTS”, diz.

 

Ele admite viés de baixa em sua projeção de 0,70% para o crescimento do PIB no quarto trimestre, o que pode afetar a estimativa para 2019, de 1,20%. (O Estado de S. Paulo/Fabrício de Castro e Thaís Barcellos)