Conheça 5 mitos e verdades sobre os pneus run flat

Revista Torque

 

Você está dirigindo em uma noite chuvosa e em um local deserto. De repente, o carro começa a se comportar de forma estranha e você percebe que o pneu está furado. Cenário de filme de horror, não?

 

O pneu run flat surge como o herói salvador. Afinal, eles foram projetados para rodar por aproximadamente 80 km a uma velocidade de até 80 km/h, normalmente mais do que suficiente para que você encontre um local seguro para efetuar a troca.

 

Não é mágica, é tecnologia. Esses pneus foram projetados para rodar completamente vazios -respeitadas as limitações acima citadas – preservando a dirigibilidade do veículo sem comprometer a segurança dos passageiros. Toda a estrutura de um pneu run flat é extremante reforçada: flancos, ombros e talões, para que ele possa suportar o peso do veículo mesmo sem ar em seu interior.

 

Porém, como toda solução avançada, os pneus run flat acabam gerando muitas dúvidas. Rafael Astolfi, gerente de assistência técnica da Continental Pneus, fabricante de pneus de tecnologia alemã, esclarece as cinco mais comuns:

 

Eles precisam de rodas especiais. Verdade. O run flat não pode ser montado em rodas comuns com “hump” (saliência na parte interna das rodas que mantém os talões do pneu encaixados) do tipo H2. Ele deve ser montado apenas em rodas com o hump estendido (EH2). Por ser mais elevado, esse modelo garante melhor ancoragem, o que é essencial para que o pneu não saia do talão quando rodar vazio.

 

Pneus run flat não podem ser reparados. Falso. O run flat pode ser reparado como um pneu comum desde que sejam obedecidas as normas e as recomendações do fabricante. É essencial fazer uma boa análise da carcaça do pneu que rodou vazio para ter certeza que ela suportará um reparo.

 

Pneus run flat são mais/menos resistentes a buracos. Falso. O que dificulta o surgimento de bolhas em um pneu é a resistência de sua lona de corpo. Os pneus run flat costumam utilizar lonas de corpo únicas, não muito diferentes dos pneus convencionais. Assim, eles não são nem piores e nem melhores do que os pneus comuns nesse quesito.

 

Os run flat aumentam o consumo de combustível do veículo. Verdade. A massa do pneu está diretamente ligada à sua resistência ao rolamento. Por terem massa mais elevada em comparação à dos pneus comuns, os run flat apresentam maior resistência ao rolamento e impactam sim no gasto de combustível.

 

Quanto menor a velocidade, maior a quilometragem. Assim os run flat rodam mais. Falso. Os fabricantes de pneus são unânimes com a limitação de 80 km a 80km/h para o run flat, mas há quem acredite que se a velocidade ficar abaixo dos 80km/h, os pneus deveriam entregar maior quilometragem. Tal relação não existe, pois o que realmente degrada o pneu é a temperatura que ele suporta ao rodar vazio e não a velocidade ou a distância percorrida. (Revista Torque)