Estradão
Integrante da nova família Delivery da Volkswagen Caminhões e Ônibus, o Express se diferencia como um modelo nascido a partir de um projeto que desenvolveu caminhões, mas posicionado como um comercial leve. O resultado trouxe para o mercado transportador, um veículo que reúne os atributos de uma ferramenta de trabalho com a dirigibilidade de um automóvel.
A aparência é de caminhão, afinal, compartilha a mesma cabine de toda linha Delivery, na qual integra veículos com capacidades para até 13 toneladas. O Express, no entanto, homologado para até 3,5 toneladas de PBT (peso bruto total), permite que qualquer motorista habilitado com carteira da categoria B possa assumir a direção. Depois, por ter rodado simples na traseira, paga pedágio igual a qualquer carro de passeio.
“Desenvolvemos um conceito inédito, no qual o cliente frequentemente opta por picapes ou veículos baseados em vans”, contou Ricardo Alouche, vice-presidente de vendas, marketing e pós-venda para a América latina na ocasião de apresentação da linha Delivery, em setembro 2017. “Agora, temos um produto para oferecer com características de caminhão, dotado de cabine avançada, dois metros de largura interna, mas sem abdicar da versatilidade de um comercial leve”.
Capacidade de carga
Foi justamente as vantagens oferecidas no pacote capacidade de carga e facilidade de condução que Angélica Naoe Ikemore optou pelo Express. A pequena produtora rural de Piedade (SP) entrega hortaliças de três a quatro vezes por semana em estabelecimentos comerciais como restaurantes e mercadinhos das cidades de Itu e Salto. “As encomendas começaram a aumentar. Passamos a precisar de um veículo, com mais espaço para as caixas e que ao mesmo tempo fosse fácil de dirigir na cidade”, conta Angélica.
A agricultura revela que antes contava apenas com um pequeno furgão para o transporte de seus produtos, no qual conseguia acomodar 88 engradados. Agora, com o Delivery Express, cabem 200. “Tem dias que fazemos até 20 entregas e, para carregar tudo, precisava de um caminhão mais longo.”
Há pouco mais de cinco meses com o Volkswagen, Angélica também vem anotando economia nas contas. A rotina a partir de Piedade soma em torno de 220 quilômetros por viagem e o Delivery tem consumido por volta 8 km/l. “O caminhão ainda está ‘amaciando’, só fizemos a primeira revisão dos 5 mil quilômetros. Espero ainda ter melhorias.”
A pequena produtora rural representa um recorte das diversas operações para as quais o Delivery Express está apto a cumprir no segmento de distribuição urbana de carga. O projeto reforça a vocação ao desenvolver o veículo de dentro para fora, priorizando o motorista.
Configuração urbana
As colunas da cabine são mais estreitas que ampliam a área envidraçada. A coluna de direção traz ajustes de altura e profundidade, a cabine tem mais de 15 porta-objetos e o encosto do assento central, se rebatido, se transforma em uma prática mesa de apoio. O transportador ainda pode optar por instalação de câmera de ré e implemento de fábrica. “Cada detalhe do projeto interno da nova família Delivery levou em conta a rotina da distribuição urbana, tomando como premissas os aspectos de segurança, conforto e praticidade”, comenta Ricardo Yada, supervisor de marketing do produto da VWCO.
Também o trem de força revela qualidade para atuar nos ambientes urbanos. O Express carrega motor Cummins ISF de 2,8 litros com 150 cv a 3.500 rpm e torque de 360 Nm (36,7 kgfm) de 1.400 a 2.800 rpm associado a um câmbio de 6 velocidades. De acordo com a VWCO, é o veículo que entrega mais potência e força da categoria, especificações capazes de oferecer agilidade nas retomadas de velocidade sem abusar das trocas de marcha.
O Express foi uma das razões do projeto Phevos, denominação interna da VWCO para a nova linha Delivery. Antes de chegar às concessionárias, em junho do ano passado, a montadora ainda não tinha no portfólio veículo para disputar o segmento em igualdade com marcas concorrentes. A família de caminhões demandou cinco de desenvolvimento liderado pela engenharia brasileira e R$ 1 bilhão de investimento, o maior já feito pela empresa em produto nos últimos dez anos.
Os frutos começam a ser colhidos pela fabricante. Desde o início das vendas, o Express acumula mais de 4,6 mil unidades negociadas. Somente até outubro de 2019, o modelo soma pouco mais de 2,8 mil emplacamentos. De acordo com as contas da VWCO, o volume proporciona ao veículo a liderança na faixa de 3 a 3,5 toneladas de PBT, participação em torno de 25% das vendas na categoria.
Da loja direto para o trabalho
Também para a oferta do Delivery Express, a Volkswagen Caminhões e Ônibus proporciona a possibilidade de o transportador levar o caminhão pronto para o serviço. Uma facilidade a mais, especialmente para o pequeno empreendedor, menos habituado com os detalhes da instalação da carroceria sobre chassi, a segunda etapa da compra do veículo. No negócio, o consumidor pode optar pelo Express em versão baú ou carga-seca, as mais frequentes para atuar nas operações urbanas.
Os implementos são o resultado de uma parceria com a Randon, que desenvolveu as carrocerias especialmente para o Express e seu irmão maior 4.150. “Todo o processo é feito ao lado de nossa fábrica, e os clientes se beneficiam de uma entrega do produto mais rápida, sem se preocupar com a instalação da carroceria e com um custo do veículo completo mais competitivo”, diz Ricardo Yada, supervisor de marketing de produto da VWCO.
Com entre-eixo de 3,6 metros, distância padrão de produção dos veículos, a caçamba carga seca tem 4,3 m de comprimentos, 2,2 m de largura e 0,4 m de altura, dimensões para atender, por exemplo, necessidades de casas de material de construção. Já o baú possui as mesmas dimensões de comprimento e largura, mas possui 2,2 m de altura, o que cria um compartimento para acomodar os mais variados tipos de carga, de eletrodomésticos a flores. (Estradão)