Ministério Público do Trabalho entra com ação contra a Honda

AutoIndústria

 

O Ministério Público do Trabalho (MPT) ajuizou ação civil pública contra a Honda Automóveis pedindo a condenação da montadora ao pagamento de R$ 66 milhões por danos morais coletivos, descumprimento de dispositivos da lei trabalhista com relação à saúde, segurança do trabalho e também assédio organizacional na fábrica de Sumaré (SP)

 

O MPT diz que laudos periciais da instituição, depoimentos e provas documentais, e relatórios produzidos por instituições como Fundacentro, Gerência Regional do Trabalho (GRT) de Campinas, Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (CEREST) de Campinas comprovam que empresa negligencia a saúde dos trabalhadores da planta em operação desde 1997.

 

Além da multa, os procuradores Nei Messias Vieira e Paulo Penteado Crestana pedem que a montadora tome 14 medidas para adequação da ergonomia, acompanhamento da saúde dos empregados, prevenção de riscos ocupacionais, adaptação e reabilitação de trabalhadores que se acidentaram ou contraíram lesões dentro da fábrica.

 

Exigem também ações que evitem “o assédio sofrido por adoecidos e integrantes da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), o que configura, segundo as provas obtidas, um assédio moral organizacional”.

 

Segundo constatações do CEREST Campinas, um dos aspectos que chamou mais atenção na montadora é o ritmo muito acelerado de produção. A instituição exemplifica que, “em 2015, a quantidade de veículos produzidos correspondeu a 123,3% da capacidade de produção da empresa, conclusão corroborada pelo takt time (intervalo de tempo de saída de cada carro da produção) médio de 84 segundos.

 

“Considerando uma produção de 270 veículos por turno, seriam reservados 106,67 segundos para cada carro e restariam apenas 23 segundos de intervalo (micropausa) entre um veículo e outro”, calcula o órgão.

 

Já Fundacentro afirma que foi constatado que algumas tarefas de alguns setores precisam ser executadas fora da jornada de trabalho pelos funcionários. ”Isto chega a comprometer as pausas de descanso e refeição bem como prolonga informalmente a jornada”, enfatiza o relatório da instituição.

 

Procurada por AutoIndústria na manhã desta quarta-feira (13), a Honda disse ainda avaliar a ação e que se manifestará brevemente. (AutoIndústria)