Renault cresce e se torna uma das “Big Four” no Brasil

AutoIndústria

 

Mesmo faltando computar os números do último bimestre, é quase certo que o mercado brasileiro de automóveis e comerciais leves encerrará 2019 com uma estreia no seleto grupo das quatro marcas mais vendidas. A Renault, pela primeira vez, será uma das chamadas “Big Four”, que durante décadas reuniu somente General Motors, Volkswagen, Fiat e Ford.

 

De janeiro a outubro, a montadora francesa, cuja produção no Paraná começou somente em 1998, acumulou 194,1mil automóveis e comerciais leves emplacados, exatas 14 mil unidades a mais do que a Ford, a mais antiga marca presente no Brasil e que ao longo de mais de 90 anos apareceu entre as três ou quatro primeiras do mercado interno.

 

Em 2018, o quarto lugar ficou com a própria Ford, à frente exatamente da Renault. A inversão das posições é facilmente explicada pelo ritmo de emplacamentos de cada uma das marcas em 2019:  enquanto os licenciamentos da Renault cresceram 11,5% de janeiro a outubro, quatro pontos porcentuais a mais do que a média do mercado, os da Ford recuaram 4,5%.

 

A participação da Renault, agora de 8,9%, a melhor da história, nem é tão superior à que detinha após os dez primeiros meses de 2018, 8,6%, mas a da Ford caiu exatamente 1 ponto porcentual no período: baixou de 9,3% para 8,3%.

 

Muito desse avanço da Renault se deve ao compacto Kwid. O modelo de entrada somou 71 mil unidades vendidas no ano, 35% a mais do que entre janeiro e outubro de 2018, e aparece como o quarto carro mais emplacado.

 

É o líder da marca. O segundo Renault mais negociado vem bem atrás: o Sandero, com 40,3 mil unidades, e que acaba de passar por sensível atualização estética.

 

Dificilmente, portanto, haverá uma reversão nos últimos dois meses. Ao contrário, a Ford, na verdade, corre o risco até mesmo de perder essa quinta colocação no balanço final do ano. A vantagem para a Toyota, no acumulado de janeiro a outubro, é de apenas 4,1 mil veículos.

 

E até mais importante: a Toyota acaba de renovar seu principal produto, o Corolla, cujos volumes negociados mais significativos aparecerão daqui para frente.

 

Já a Ford, após o término de produção do Fiesta em São Bernardo do Campo, SP, fábrica cujas atividades foram encerradas oficialmente no último dia de outubro, e do fim de importação de modelos como o Focus, outro produto descontinuado na Argentina, se vê ainda mais dependente de um único modelo: o compacto Ka e de sua variação sedã.

 

Fabricados em Camaçari, BA, ao lado do SUV EcoSport, eles responderam por 128 mil dos 180 mil emplacamentos da marca até outubro. O Ka hatch é o segundo carro mais vendido do mercado interno, com 86,4 mil emplacamentos, ou metade das vendas da Ford. (AutoIndústria/George Guimarães)