Volkswagen pagará R$ 400 milhões por dados de consumo incorretos

Jornal do Carro

 

A Volkswagen concordou em pagar um total de US$ 96 milhões (pouco menos de R$ 400 milhões) a 98 mil clientes de carros de luxo nos Estados Unidos. O acordo foi definido após um ano de negociações judiciais.

 

Cerca de 1 milhão de modelos da Volkswagen tinham um software que agia no câmbio. Esse sistema burlava os dados de consumo de modelos da Audi, Bentley, Porsche e da própria Volkswagen.

 

Em condições de testes na Agência de Proteção Ambiental dos EUA (EPA), o câmbio fazia mudança de marcha para otimizar o consumo. No entanto, em condições reais de uso, isso não ocorria.

 

A consequência é que os modelos consumiam mais combustível – e poluíam mais – que o indicado nos testes. Entre os envolvidos estão exemplares do Audi A8, Bentley Continental GT, Volkswagen Touareg e Porsche Cayenne.  Os modelos foram produzidos entre 2013 e 2017.

 

Porém, a maioria dos modelos que traziam o software não está contemplada pelo acordo judicial. Ele estipula que a Volkswagen pagará entre US$ 518,40 e US$ 2.332,80 aos 98 mil clientes que receberam o direito à indenização na Justiça.

 

De acordo com a EPA, a VW subestimou a emissão de gases de seus veículos em cerca de 220 mil toneladas. Nos 98 mil veículos contemplados, o software reduziu, nos testes, o consumo de combustível em cerca de 0,4 km por litro, em média.

 

A EPA informou também que informou também que a Volks vai perder créditos de emissão de gases de efeito estufa no País. Além disso, terá a nota de seus carros rebaixada quanto ao consumo de combustível.

 

Advogados cobram Volkswagen

 

A montadora também poderá ter de pagar honorários aos advogados envolvidos na negociação judicial deste caso. Os profissionais estão cobrando da marca US$ 26 milhões em custos e honorários.

 

Esse valor corresponde a cerca de R$ 100 milhões.

 

Dieselgate

 

A montadora alemã também usou um software para burlar emissões em modelos a diesel. O caso, conhecido como “Dieselgate”, foi descoberto em 2015, também nos EUA.

 

No entanto, envolveu veículos em outros países – inclusive no Brasil, no caso da Amarok. Desde então, a montadora já desembolsou mais de US$ 30 bilhões em multas e indenizações.

 

O “Dieselgate” levou também a uma mudança em toda a diretoria da empresa, com a saída do então CEO do Grupo, Martin Winterkorn. Outros executivos foram presos, a exemplo do então presidente da Audi, Rupert Stadler.

 

Além disso, houve total mudança na estratégia da montadora, que agora investe na total eletrificação de seus produtos, prevista para a próxima década. (Jornal do Carro)