Nada detém a ascensão dos SUVs no mercado da Europa

AutoIndústria

 

Os puristas defensores dos sedãs estão perdendo a batalha contra os utilitários esportivos não só no Brasil, onde esses veículos já respondem por 26% do mercado. Os chamados SUVs têm ganhado participação em todo o mundo, até mesmo em países nos quais carros compactos e econômicos prevaleciam na preferência dos consumidores, como os europeus.

 

A curva de vendas de utilitários esportivos na Europa segue acelerada e ascendente. Até mais do que no Brasil. Foram negociados no primeiro semestre no continente 3,06 milhões de unidades, 5,6% a mais do que em igual período do ano passado.

 

Já o mercado europeu total teve movimento contrário. Os licenciamentos recuaram 2,5% nos primeiros seis meses de 2019, caíram de 8,7 milhões para 8,5 milhões de veículos.

 

Com esses desempenhos inversos, a participação dos SUVs também avançou de forma significativa. Eles já representam 36,1% dos licenciamentos, 3 pontos porcentuais a mais do que no primeiro semestre de 2018. Na prática, de cada dez veículos vendidos na Europa, quatro são dessa categoria.

 

Os utilitários esportivos pequenos e crossovers somaram no período 1,1 milhão de unidades e já são o terceiro maior segmento do mercado regional, muito próximos dos automóveis compactos – 1,2 milhão de unidades no primeiro semestre – e também dos subcompactos, que alcançaram 1,5 milhão de unidades negociadas.

 

Os SUVs compactos e crossovers também tiveram vendas acumuladas no primeiro semestre pouco acima de 1 milhão de unidades e aparecem como o quarto maior segmento do continente.

 

Uma evidente consequência da atual voracidade dos consumidores pelos utilitários esportivos em diversos países europeus é o encolhimento de outros segmentos, alguns tradicionalíssimos e sob forte risco de desaparecerem.

 

É o caso das minivans, comuns nas ruas e estradas europeias durante anos. A demanda por elas é decrescente mês a mês e, no acumulado de 2018, recuou acima dos 30%.

 

Especialistas se perguntam: quando ou o que saciará a fome do mundo por utilitários esportivos? (AutoIndústria/George Guimarães)