O Estado de S. Paulo/Agência AFP
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, atacou nesta quarta-feira, 22, as montadoras de automóveis do país que ignoram suas medidas ambientais e preferem seguir as normas estabelecidas pelo estado da Califórnia, que vai aprovar regras mais severas para emissões de gases veiculares.
Várias grandes empresas do setor (Ford, Honda, Volkswagen e BMW) decidiram, em julho, seguir as determinações do estado e outras companhias se preparam para fazer o mesmo, o que irritou Trump.
“Minha proposta para os construtores de carros politicamente corretos reduziria o preço médio de um carro em mais de 3 mil dólares e tornaria os carros mais seguros. Os motores funcionariam melhor. Muito pouco impacto no meio ambiente! Executivos tontos!”, escreveu o presidente no Twitter na manhã desta quarta.
Os fundadores da Ford e General Motors devem estar “se contorcendo” nos túmulos diante “do despreparo dos dirigentes atuais que estão dispostos a pagar mais por um veículo mais inseguro e pior que custará 3.000 dólares a mais para os consumidores. Uma loucura!”, escreveu na rede social.
Califórnia
Trump acusou as autoridades da Califórnia de querer levar as montadoras “à ruína”. Segundo o jornal The New York Times, a Mercedes-Benz deve seguir os passos da Ford.
Representantes da Toyota, Fiat Chrysler e General Motors foram convocados em julho para uma reunião na Casa Branca, onde um assessor pediu que eles se solidarizassem com o presidente, informou o jornal.
O objetivo das empresas, que representam 30% das vendas de veículos novos nos Estados Unidos, é ter visibilidade por vários anos no mercado nacional em relação aos padrões de emissões de CO2, num momento em que ocorre uma batalha judicial entre o governo federal e estados como a Califórnia, que visam atender as metas ambiciosas estabelecidas pelo governo de Barack Obama.
As regras de Obama tinham como objetivo atingir um consumo médio equivalente a cerca de 4,7 l por 100 km para os novos modelos em 2026. A administração Trump propõe manter os níveis atuais, isto é, 6,3 l por 100 km.
O acordo da Califórnia é uma versão mais branda do plano de Obama: as montadoras ganham mais um ano para atingir a meta inicial, de 2025 a 2026, e teriam maior flexibilidade para reduzir suas emissões de gases de efeito estufa (-3,7% ao ano durante cinco anos, em vez de -4,7% ao ano durante quatro anos). (O Estado de S. Paulo/Agência AFP)