Trump critica montadoras por não apoiarem proposta do governo de reverter regras de eficiência de combustível

UOL Carros/Reuters

 

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, criticou as montadoras de automóveis nesta quarta-feira por não apoiarem o plano de seu governo de reverter as regras de eficiência de combustível da era Obama.

 

No mês passado, a Ford, Honda, BMW e Volkswagen chegaram a um acordo voluntário com a Califórnia sobre as regras de eficiência de combustível, desafiando Trump e o esforço de seu governo para retirar o direito do Estado de combater as alterações climáticas, definindo seus próprios padrões.

 

A Casa Branca pediu a outras montadoras que não apoiem o acordo da Califórnia, enquanto democratas têm pedido o apoio das fabricantes de automóveis para que assinem com a Califórnia.

 

A Agência de Proteção Ambiental (EPA, na sigla em inglês) ridicularizou na terça-feira a estrutura voluntária, dizendo que “até agora nada foi mais do que um comunicado à imprensa”.

 

“Minha proposta para as empresas automobilísticas politicamente corretas é reduzir o preço médio de um carro para os consumidores em mais de três mil dólares, ao mesmo tempo em que tornem os carros substancialmente mais seguros. Os motores funcionarão melhor. Haverá muito pouco impacto no meio ambiente! Executivos tolos!”, tuitou Trump.

 

Gloria Bergquist, porta-voz da Aliança de Fabricantes de Automóveis, representando a General Motors, Toyota, Ford, Volkswagen e outros, disse que as empresas estão “ansiosas para ver uma regra final em breve. Apoiamos aumentos de padrões que otimizem todas as prioridades, incluindo a acessibilidade financeira, para que mais norte-americanos possam comprar um carro novo, além de preservar empregos e segurança ao mesmo tempo”.

 

O diretor-executivo do Sierra Club, Michael Brune, disse que a publicação de Trump no Twitter era completamente falsa. “O revisionismo de Trump está se mostrando presente em todos os cantos”, disse ele.

 

Todas as principais montadoras estão falando abertamente que se opõem à “opção preferencial” do governo, anunciada em agosto de 2018, de que vai congelar os requisitos de economia de combustível nos níveis de 2020 até 2026.

 

A publicação de Trump distorceu alguns aspectos da proposta do governo, que deve ser finalizada depois ao longo de setembro. A proposta dizia que no ano modelo de 2030, o aumento médio de preço de um veículo novo será reduzido em 1.850 dólares e os consumidores pagarão menos 490 dólares por financiamentos, seguros e impostos. Não há nada nas revisões propostas pelo governo que resultariam em motores funcionando melhor, dizem especialistas. (UOL Carros/Reuters/David Shepardson)