CNH Industrial quer ouvir influenciadores digitais

O Estado de S. Paulo/Coluna do Broadcast Agro

 

Novos tempos

 

A centenária montadora CNH Industrial está ouvindo influenciadores digitais, entre eles jovens e mulheres, para entender melhor suas demandas. Cada vez mais esses grupos estão à frente de fazendas, conta Rafael Miotto, vice-presidente da New Holland (uma das marcas agrícolas da companhia) para a América Latina. “Um terço das propriedades do Brasil passa por sucessão e queremos nos comunicar com esse público”, diz. A CNH também avalia empresas inovadoras, como a startup de crédito Nubank e a Netflix. “Buscamos, por exemplo, aprender a ter mais agilidade e disponibilidade.”

 

Futuro

 

Os planos para essa aproximação com influenciadores digitais constam da estratégia traçada pela empresa para o período de 2020 a 2024, a ser divulgada no segundo semestre. No Brasil, a CNH já iniciou as mudanças, ampliando as fábricas de Curitiba (PR), Piracicaba e Sorocaba (SP) para lançar modelos maiores e com mais tecnologia. Espera-se que em 2019 a companhia produza de 5% a 10% mais no País e, em 2020, cerca de 10% acima deste ano. Não está descartada a possibilidade de nacionalizar máquinas hoje importadas – entre elas tratores e colheitadeiras de alta potência.

 

Fora de casa

 

Quanto ao que depende do governo – regras e recursos para financiamento de máquinas no próximo Plano Safra, 2019/20 –,

 

Miotto acredita que produtores até poderiam aceitar a elevação em 1 ponto porcentual nas taxas de juros, atualmente de 7,5% a 9,5% ao ano, desde que sejam mantidas as condições em vigor: prazo de amortização de até sete anos, taxa prefixada, carência de 14 meses e garantia de que o montante prometido será liberado.

 

A todo vapor

 

O campo tem investido também em máquinas para construção nas propriedades. O setor agropecuário foi responsável por 30% das vendas deste tipo de equipamento em 2018, ante 5% a 7% há cinco anos. E novo incremento, para 35%, é esperado em 2019. “Mais máquinas de construção são usadas para carregar grãos, abrir valas e vias próximas à fazenda e distribuir ração nas granjas”, conta Andrea Park, vice-presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). (O Estado de S. Paulo/Coluna do Broadcast Agro/Colaborou Leticia Pakulski)